Joachim Löw
10 de junho de 2010Jogi – é assim que Joachim Löw é chamado no futebol desde sua adolescência. Faz sentido, pois já naquela época ele era tido como calmo e sossegado, como um professor de ioga. Sempre amigável, quando não mesmo afetuoso.
Ele nunca tem explosões de emoção. Num jogo contra a Áustria, na fase de grupos da Euro 2008, falou um pouco mais alto quando o árbitro expulsou a ele e o técnico austríaco, alegando que os dois não estavam respeitando o limite de espaço dos treinadores na beira do campo. Mas isto foi o máximo de sentimentos que ele já externou.
Quanto a sua vida privada, Löw normalmente é fechado. Nasceu em 3 de fevereiro de 1960 na Floresta Negra, é casado, atacadista por formação profissional. Raramente responde a perguntas como estas:
Músico predileto? "Udo Jürgens". Bebida? "Água mineral". Comida? "Cozinha italiana, peixes, tortellini". Lugar em que mais gosta de passar as férias? "Itália". Roupa predileta? "Roupão de banho".
Roupão de banho? Uma surpresa, pois a maioria pode pensar que seria o cachecol de seda, que ele geralmente usa – quando não está muito quente. Löw se veste com muito estilo, é quase "um almofadinha" em sua aparência.
Jogador de Segunda Divisão
Nos tempos de jogador, Joachim Löw era um atleta médio de Segunda Divisão, com uma curta passagem pela Bundesliga. Na maior parte de sua carreira atuou pelo SC Freiburg. Foi convocado quatro vezes para a seleção alemã sub-21.
Como treinador, trabalhou em clubes da Alemanha, da Áustria e da Turquia. Ganhou um Campeonato Austríaco com o Tirol Innsbruck e uma Copa da Alemanha com o VfB Stuttgart. No entanto, na maioria das vezes ele foi demitido prematuramente. Como assistente de Jürgen Klinsmann, teve participação importante na campanha que levou a Alemanha ao terceiro lugar na Copa de 2006, jogando em casa.
Quando foi oficialmente nomeado como novo treinador da seleção, depois da Copa, ele estava convencido: "Acredito que nossa atual geração pode se tornar uma geração de ouro". De fato, sua equipe conquistou, depois de um começo difícil, um bom segundo lugar na Euro 2008 na Suíça e na Áustria – perdendo para a Espanha.
Amigos, amigos, negócios à parte
Assim que a Alemanha garantiu sua vaga na Copa da África do Sul, Theo Zwanziger, presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB, na sigla em alemão), anunciou a renovação do contrato de Löw, que teria sido acertada verbalmente. Mas Löw negou esta afirmação e o motivo ficou claro no começo deste ano: Löw e o gerente da seleção Oliver Bierhoff, pediram dinheiro demais e o contrato não foi assinado.
A indignação no futebol alemão foi grande: o querido Jogi seria um mercenário? Ainda maiores foram as manchetes alguns meses mais tarde, quando o técnico garantiu lugar no time para Miroslav Klose e Lukas Podolski apesar da má fase, enquanto Kevin Kuranyi, um dos atacantes mais eficientes da Bundesliga, ficaria em casa, banido por indisciplina desde 2008. Estaria ele colocando motivos pessoais à frente de fatos esportivos?
Neste meio tempo, a maioria dos mais de 80 milhões de "treinadores" da Alemanha se distanciou do técnico, antes querido por todos. Só há uma forma de reatar este laço: com uma boa campanha na Copa na África do Sul, ou seja, pelo menos com o terceiro lugar.
Autora: Sarah Faupel (tm)
Revisão: Roselaine Wandscheer