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Ministro protagonizou vários escândalos

(ef)18 de julho de 2002

Rudolf Scharping foi o décimo segundo ministro da Defesa da Alemanha do pós-guerra demitido e o mais difícil de todos, face aos diversos escândalos que protagonizou.

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Ministro Rudolf Scharping (segundo à direita) a caminho da demissãoFoto: AP

Todos eles tiveram pouca sorte e também foram obrigados a deixar o Ministério, como aconteceu com Rudolf Scharping nesta quinta-feira (18). A maior parte das manchetes da imprensa provocadas por Scharping no último ano foi extremamente negativa. Os maiores escândalos anteriores protagonizados pelo ministro foram a publicação, com a sua permissão, de fotos de cenas de amor com a nova namorada da nobreza alemã, seus vôos para a ilha espanhola Palma de Maiorca, a fim de encontrar-se com a condessa Kristina Pilati, suas indiscrições sobre planos militares e a compra de aviões de transporte militar A400M. Scharping estava implantando a maior reforma das Forças Armadas de todos os tempos, com a meta de modernizá-las e torná-las mais combativas.

Totalmente apaixonado

Com o título de "Totalmente apaixonado", a revista Bunte publicou, em agosto de 2001, uma série de fotos do ministro Scharping aos beijos com a condessa Pilati, na piscina de um hotel na Palma de Maiorca, onde estavam passando as férias de verão. A oposição reagiu exigindo a demissão do ministro, alegando negligência de sua parte. Afinal, estava sendo discutida uma ação das Forças Armadas alemãs (Bundeswehr) na Macedônia, onde as tropas governamentais lutavam então com rebeldes separatistas albaneses. A revista Der Spiegel dedicou uma reportagem ao ministro com o título de "Rudolf, o conquistador".

Vôos oficiais para o amor

O ministro interrompeu suas férias, em agosto de 2001, para participar de uma sessão especial do Parlamento em Berlim sobre o envio da tropa alemã à Macedônia com a missão de vigiar um cessar-fogo. Depois da sessão parlamentar, ele foi reencontrar-se com a condessa em Palma de Maiorca, num avião oficial, antes de visitar os soldados alemães que já haviam chegado nos Bálcãs. A oposição também o acusou de ter abusado do serviço de prontidão da Força Aérea para voar para Frankfurt, onde mora a sua companheira. Numa sessão da Comissão de Defesa do Parlamento, no dia 10 de setembro, o ministro conseguiu atenuar as acusações e acabou caindo no esquecimento em virtude dos atentados em Nova York e Washington no dia seguinte.

Revelação de planos militares

O ministro revelou-se um verdadeiro boquirroto, pelo menos duas vezes. Em agosto de 2001, ele revelou à imprensa em Pristina o roteiro que soldados alemães fariam a seguir do Kosovo para a Macedônia, colocando vidas humanas em perigo, como acusou a oposição. O segundo caso ameaçou uma crise diplomática entre Alemanha e Estados Unidos. Em dezembro, Scharping cometeu uma grande indiscrição, falando a um repórter sobre uma iminente intervenção dos Estados Unidos na Somália, numa ampliação da sua campanha militar contra o terrorismo internacional. O secretário da Defesa americano, Donald Rumsfeld, ficou enfurecido e a oposição alemã voltou a exigir a demissão de Scharping.

Compra de aviões militares

Também em dezembro, o ministro assinou em Bruxelas um contrato comprometendo a Alemanha a comprar 73 aviões de transporte militar do tipo A400M, sem que houvesse dinheiro suficiente para isso no orçamento. É tido como certo que a discussão entre o governo e a oposição no Parlamento sobre a compra dos aviões vai parar no Tribunal Federal Constitucional.