Ministro diz que Rio 2016 não é recomendável para grávidas
2 de fevereiro de 2016O governo federal reconheceu nesta segunda-feira (1º/02) estar preocupado com o impacto que o anúncio da Organização Mundial da Saúde (OMS), que declarou emergência mundial por causa da microcefalia, possa ter no turismo no Brasil. O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, porém, descartou cancelar os Jogos Olímpicos deste ano, mas recomendou que mulheres grávidas deixem de viajar ao Rio de Janeiro para o evento esportivo.
Ele participou de reunião de ministros com a presidente Dilma Rousseff sobre o vírus zika, que possivelmente possui relações com o aumento recente de casos de microcefalia e outras complicações neurológicas no Brasil.
"É claro que a gente tem preocupação e a única forma de evitar qualquer coisa é o esclarecimento", disse Wagner. "Temos que explicar a quem vem ao Brasil, aos atletas, que o risco é zero caso a pessoa não seja uma mulher grávida. Aí não é recomendável, evidentemente", afirmou.
O ministro disse ainda que o governo brasileiro recebeu de forma "positiva" a decisão da OMS, por se tratar de um órgão importante fazendo um alerta sobre a doença. Ele comunicou, ainda, que Dilma fará pronunciamento em cadeia nacional até a quarta-feira para pedir mobilização no combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor dos vírus da dengue, chikungunya e zika.
Ele lembrou que os governos do Brasil e dos Estados Unidos trabalham em parceria na produção de uma vacina contra o vírus zika, mas ressaltou que ela deve ficar pronta no mínimo daqui a três anos.
O Ministério da Saúde do Brasil, em nota, divulgou que considera a declaração da OMS de "fundamental importância". O ministério anunciou também que, a partir de agora, o registro de casos de infecção pelo vírus zika terá notificação obrigatória no país.
Atualmente, a pasta não contabiliza o número de pacientes que tiveram a doença, e as secretarias não são obrigadas a registrar todos os casos, já que a capacidade de diagnóstico laboratorial do Brasil ainda é baixa e também porque em 80% das ocorrências não aparecem sintomas. O Ministério da Saúde deve anunciar os detalhes da medida na próxima semana.
PV/rtr/efe/abr