Ministro alemão teme alastramento da gripe aviária
16 de fevereiro de 2006Análises preliminares do Instituto alemão de Pesquisa em Saúde Animal apontam indícios de mais dez casos do vírus H5N1 em aves selvagens, na Ilha de Rügen, no Mar Báltico, onde dois cisnes e um açor já foram mortos pela doença do frango. A informação foi divulgada na noite desta quinta-feira (16/02) pelo secretário estadual de Agricultura de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, Till Backhaus.
Depois da confirmação definitiva dos dois primeiros casos de gripe aviária na Alemanha, na quinta-feira (15/02), o ministro da Agricultura, Horst Seehofer, disse temer um alastramento do vírus H5N1 no país. Ao informar o Parlamento alemão sobre os casos, ele pediu uma ação "rigorosa e conseqüente" contra a gripe do frango.
Exames conclusivos do laboratório de referência internacional do Departamento Mundial de Epidemias, no Instituto Friedrich-Löffler (FLI), localizado na Ilha de Riems, no Mar Báltico, confirmaram que os cisnes de Rügen morreram infectados pelo perigoso vírus H5N1/Ásia, "parente" do vírus H5N1 detectado na Mongólia e China. O mesmo vírus foi encontrado também num açor morto na Ilha de Rügen.
"A detecção quase simultânea do H5N1 em aves selvagens na Itália, Eslovênia, Áustria e Alemanha ainda é uma incógnita", disse o diretor do FLI, Thomas Mettenleiter.
Inverno mata centenas de aves
Segundo Till Backhaus, normalmente, em invernos rigosos até 300 aves chegam a morrer de frio ou falta de alimentos em Rügen. No local em que foram encontrados os cisnes mortos, chegam a se juntar ocasionalmente até 40 mil aves, informou a Secretaria Estadual de Agricultura.
A população de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental foi conclamada a informar as autoridades sanitárias sobre casos de aves mortas. Desde setembro de 2005, já foram examinadas amostras de mais de dez mil aves, disse Backhaus.
Sem risco iminente para humanos
Apesar da confirmação dos primeiros casos de gripe aviária no país, o pesquisador Wolfang Garten, do Instituto de Virologia de Marburg, disse que população alemã não corre perigo iminente de infecção pelo H5N1. Não há motivos para pânico, disseram também Seehofer e a ministra alemã da Saúde, Ulla Schmidt. Eles fizeram um apelo aos pais para impedirem que as crianças toquem em aves mortas.
Garten considerou "razoáveis" as primeiras medidas anunciadas pelo Ministério da Agricultura, como o confinamento de aves domésticas, que passa a ser obrigatório na Alemanha, nesta sexta-feira. Além disso, feiras e exposições de aves estão proibidas.
A agência européia de combate a pestes, em Estocolmo, informou que só pessoas que mantêm "contato muito estreito com aves" correm risco de serem infectadas. A União Européia proibiu a importação de penas e liberou dois milhões de euros para pesquisas sobre o H5N1 nos países-membros.
A doença em outros países
Novos casos de gripe aviária foram confirmados nesta quinta-feira na Romênia (o 29º desde outubro de 2005) e na Eslovênia. As autoridades sanitárias da Suíça também temem que três cisnes encontrados mortos em diferentes regiões do país possam estar infectados com o vírus H5N1.
A porta-voz do Escritório Veterinário Federal (OVF), Cathy Maret, disse que as aves estão sendo analisadas em Zurique pelo Instituto Bacteriológico Veterinário da universidade local. Os resultados devem ser divulgados nesta sexta-feira.