Líbia e Tunísia
9 de janeiro de 2012O ministro alemão do Exterior, Guido Westerwelle, encerra nesta segunda-feira (09/01), na Tunísia, uma viagem de três dias ao Norte da África. Na capital Túnis ele se encontrará com o presidente Moncef Marzouki, com o chefe de Estado Hamadi Jebali e representantes do governo.
Westerwelle vai assegurar o apoio da Alemanha ao novo governo tunisiano, principalmente na consolidação das estruturas democráticas e da economia local. Segundo o ministro, os focos da ajuda alemã estão nos temas trabalho, educação e mobilidade.
No domingo Westerwelle esteve na Líbia. Foi a primeira visita do ministro a Trípoli após a queda do ex-ditador Muammar Kadafi, em outubro do ano passado. Recebido pelo chefe do governo de transição, o primeiro-ministro Abdel Rahim al-Kib, Westerwelle anunciou que a economia alemã terá uma forte participação na reconstrução do país africano.
A Alemanha tem grande interesse no desenvolvimento econômico estável da Líbia, afirmou Westerwelle. "Nós alemães estamos preparados para apoiar a nova Líbia", ressaltou. "Queremos que a Líbia siga um bom caminho, um caminho em direção a uma sociedade pluralista e com muitas chances para sua população."
Westerwelle vê possibilidades de cooperação principalmente na área econômica. Ele foi a Trípoli acompanhado de uma delegação composta por vários integrantes do setor econômico. "Isso é de interesse comum e ajuda a estabilizar politicamente." O ministro também ofereceu ajuda para a reconstrução de estruturas democráticas no país.
Outros setores passíveis de parceira seriam saúde e energia, assim como a expansão da infraestrutura. Ele ofereceu apoio na construção de hospitais e no treinamento de pessoal na área de saúde. Na área cultural está planejada a abertura de um Instituto Goethe em Trípoli.
A Alemanha já havia oferecido, ainda durante os combates entre governo e rebeldes, cerca de 8 milhões de euros como ajuda humanitária. O governo alemão também havia garantido um crédito de 100 milhões de euros ao conselho líbio de transição.
Abstenção na ONU
O ministro líbio do Exterior, Aschur bin Chaial, garantiu ao colega alemão que a ausência da Alemanha na intervenção militar internacional comandada pela Otan não trará consequências negativas às relações entre os dois países. Chaial disse esperar que a Alemanha desempenhe agora um papel muito importante na Líbia.
Havia a expectativa de que a visita de Westerwelle poderia ser difícil, por conta do posicionamento da Alemanha à época da decisão sobre a intervenção militar na Líbia. Enquanto a maioria dos países do Conselho de Segurança da ONU aprovou, no ano passado, a criação de uma zona de exclusão aérea no país, os alemães abstiveram-se da votação.
MSB/dpa/afp
Revisão: Alexandre Schossler