Ministra alemã renuncia por acusações de plágio em doutorado
19 de maio de 2021A ministra alemã da Família, Franziska Giffey, apresentou sua renúncia ao cargo nesta quarta-feira (19/05) devido a acusações de plágio na sua tese de doutorado.
Ela disse que tomou a decisão por causa das recorrentes discussões sobre as acusações. "Mantenho minha declaração de ter feito minha tese com o maior rigor possível. Lamento se cometi erros", declarou a ministra, de 43 anos.
Ela estava no cargo desde o início do atual mandato da chanceler federal Angela Merkel, em março de 2018. Giffey acrescentou que mantém sua candidatura ao governo da cidade-Estado de Berlim pelo Partido Social-Democrata (SPD) para as eleições de setembro deste ano.
A tese de Giffey, defendida em 2010 e intitulada O caminho da União Europeia até o cidadão - a política da Comissão Europeia e a participação na sociedade civil foi submetida a uma revisão pela Universidade Livre de Berlim em 2019.
O resultado da revisão foi uma reprimenda à autora por ela não ter respeitado os padrões do trabalho acadêmico. A comissão responsável concluiu que, apesar de passagens problemáticas quanto à citação de fontes, estas não tinham peso suficiente, em quantidade e teor, para justificar a retirada do título.
A revisão havia sido solicitado pela própria Giffey, devido às acusações de plágio. Em novembro de 2020, como a polêmica não arrefecia, ela anunciou que não usaria mais o título de doutora.
Dias depois, a Universidade Livre de Berlim anunciou um novo processo de revisão, já concluído. A revista Focus afirmou que, desta vez, a comissão decidiu retirar o título de Giffey, mas a decisão ainda não foi anunciada.
Giffey não é a primeira ministra a ser alvo de denúncias de plágio em teses de doutorado. Annette Schavan deixou o Ministério da Educação em 2013, e o ex-ministro da Defesa Karl Theodor zu Guttenberg também caiu devido a acusações de plágio em 2011. Nos dois casos, as universidades retiraram os títulos de doutor depois de processos de revisão.
as/lf (Efe, DPA)