Militares tentam dar golpe de Estado no Gabão
7 de janeiro de 2019Um grupo de militares tomou nesta segunda-feira (07/01) a rádio e televisão estatal do Gabão para anunciar um golpe de Estado no país do oeste africano, um grande produtor de petróleo.
O grupo anunciou o estabelecimento de um "conselho nacional da restauração" com o objetivo de "salvar do caos" o país africano. O presidente Ali Bongo Ondimba está fora do país desde outubro para tratamento médico. A família Bongo governa o Gabão há cerca de 50 anos.
"É hora de tomar o nosso destino nas nossas mãos, chegou a hora do dia tão esperado. Este dia em que o Exército decidiu se colocar do lado do seu povo para salvar o Gabão do caos", declarou o tenente Kelly Ondo Obiang, líder dos rebeldes.
Enquanto Ondo Obiang lia esse discurso, tiros foram ouvidos na capital, Libreville. A internet foi cortada. As ruas da cidade estão sendo patrulhadas por tanques e veículos armados.
Já o governo declarou à DW que a situação está sob controle e que a maioria dos golpistas foi presa. Segundo o governo, cinco militares invadiram as emissoras estatais, e quatro foram detidos. Ondo Obiang está foragido, declarou um porta-voz à DW.
A tentativa de golpe acontece uma semana depois de Bongo Ondimba fazer um discurso à nação direto de Rabat, no Marrocos, onde se recupera de problemas de saúde que o mantém afastado da presidência desde outubro.
Esse discurso de Ano Novo "reforçou as dúvidas" sobre a capacidade de Bongo de continuar no poder "ao encenar um paciente sem muitas das suas faculdades físicas e mentais", afirmou Ondo Obiang, que se apresentou como comandante adjunto da Guarda Republicana e presidente de um grupo até então desconhecido, o Movimento da Juventude Patriótica das Forças de Defesa do Gabão.
Ele conclamou os gaboneses a se unirem à revolta e lhes pediu para reunir armas e munição, assim como tomar pela força os meios de transporte e aeroportos para "salvar a democracia em perigo e preservar a integridade do território nacional".
Bongo, de 59 anos, está no poder desde 2009 e ficou doente em outubro passado. Ele foi internado num hospital de Riad, na Arábia Saudita, em 24 de outubro, e está em recuperação no Marrocos. Segundo a presidência, ele está com "fadiga severa".
AS/efe/dw/ap
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