Michelangelo, gênio do Renascimento
Ao lado de Rafael e Leonardo da Vinci, Michelangelo forma a Santíssima Trindade dos gênios do Renascimento. O artista morreu há exatos 450 anos.
Talentos múltiplos
Ainda em vida ele era chamado de "O Divino". Sua força criativa era lendário, ele trabalhava como um obstinado. Foi pintor, escultor, arquiteto e poeta. Projetou a cúpula da Basílica de São Pedro e pintou os afrescos do teto da Capela Sistina. Sua representação da "Criação de Adão" é considerada uma obra-prima da história da arte.
Mãos mágicas
Michelangelo não era bonito. Na juventude, foi atingido no rosto por um colega e seguiu desfigurado pelo resto da vida. O pintor Jacopino del Conte retratou o artista nesta pintura de 1535, quando ele tinha 60 anos. Michelangelo nascera em 6 de março de 1475, na pequena cidade de Caprese, e foi criado por um canteiro porque sua mãe não pode tomar conta dele.
Amor pelo mármore
O amor de Michelangelo pela escultura começou cedo. "O trabalho dele ofusca todas as esculturas da Antiguidade", elogiou o biógrafo Vasari. A redescoberta da Antiguidade clássica influenciou também o trabalho do jovem Buonarroti. A "Pietà", em Roma, é considerada um dos primeiros traços do gênio.
Alma bela em corpo belo
Michelangelo foi apresentado às ideias humanistas em 1489 na escola de Lorenzo de Médici em Florença. Da casa dos Médici saíram os principais impulsos ao Renascimento. Lá Michelangelo travou contato com poetas, estudiosos e artistas. Apesar de contar menos de 25 anos, ele já era celebrado pela sua arte: seus detalhes davam vida às esculturas como nenhum outro artista havia conseguido.
Beleza em branco
Em setembro de 1504, um colosso de mármore pesando nove toneladas era arrastado pelas ruas de Florença. A escultura de "David" é o símbolo da liberdade para a República. Ele representa o sonho do homem novo e o fim das trevas medievais. A escultura exibida hoje na cidade é apenas uma cópia, porque o original sofreu desgastes ao longo dos séculos e está a salvo na Accademia de Belli Arte.
Esforço colossal
A capacidade de Michelangelo de trabalhar com martelo e cinzel vem do berço. Ainda assim, ele teve de enfrentar uma forte concorrência em Florença. Leonardo da Vinci era apenas um dos seus rivais. Com "David", Michelangelo buscou criar algo completamente novo: a harmonia perfeita de um rosto humano. Ele levou dois anos para concluir a obra-prima.
Talento temperamental
Em 1518, Michelangelo iniciou o projeto de remodelação da fachada da Basílica de São Lourenço. Sua ideia era combinar escultura e arquitetura. Quando, por razões políticas, não pode mais obter seu mármore em Carrara, mas em território florentino, ficou tão irado que descartou a encomenda dos Médici.
Mestre do movimento
A representação do movimento é um traço recorrente na obra de Michelangelo. Ele queria preservar o instante. Nos seus desenhos, elaborou inúmeros esboços, e não só no papel, mas também em pedra. Este foi encontrado na parede de uma sala secreta sob a nova sacristia da capela Médici na Basílica de São Lourenço, em Florença.
Resultados sobre-humanos
Michelangelo procurou recriar episódios do Gênesis, a história da criação, no teto da Capela Sistina. Seu objetivo era pintar peças que parecessem com esculturas. Durante quatro anos, ele e seus assistentes fizeram esboços no teto de mil metros quadrados. Em seguida, as cores tinham que ser aplicadas, daí o nome afresco. Correções posteriores não eram possíveis.
Composição grandiosa
Michelangelo pintou figuras de até quatro metros no teto da capela, de modo que as imagens são claramente visíveis mesmo à distância. Eva, que pode ser vista acima, é retratada de forma particularmente atlética. Já a imagem da Inundação não agradou o mestre: para ele, ficou muito pequena. A representação de Deus também é surpreendentemente humana: Michelangelo o mostrou inclusive de nádegas nuas.
A cúpula perfeita
O Papa Júlio 2º ajudou Michelangelo no seu avanço definitivo. Além da pintura da Capela Sistina, ele encomendou a Michelangelo a construção da Basílica de São Pedro. O artista buscava proporções ideais também na arquitetura. Durante os 19 anos antes de sua morte (em 18 de fevereiro de 1564), ele se ocupou da construção da cúpula.