Merkel promete vacinar toda a Alemanha até setembro
1 de fevereiro de 2021A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, afirmou nesta segunda-feira (01/02) que o governo recebeu garantias de que será possível vacinar todos os adultos que moram no país contra a covid-19 até o final do verão europeu, que termina em setembro. A declaração foi feita após um encontro com representantes dos fabricantes de vacinas, que contou também com a presença dos governadores alemães.
A "declaração de que poderemos oferecer a todos os cidadãos a vacinação até o fim do terceiro trimestre" pode ser mantida, disse Merkel. Apesar dos atrasos em entregas de imunizantes que ocorrem atualmente, segundo Merkel, a promessa de vacinar todos alemães até o fim do verão pode ser mantida pois o governo recebeu garantias de que haverá mais doses disponíveis.
Merkel ressaltou ainda que a promessa pode ser mantida mesmo se, ao contrário das expectativas, as farmacêuticas Johnson&Johnson e Curevac não tiverem suas vacinas aprovadas na União Europeia. Ela acrescentou que, quando os imunizantes de ambas estiverem disponíveis, haverá uma oferta ainda maior.
A chanceler anunciou também que os governos federal e estaduais pretendem adotar "um plano nacional de vacinação" para agilizar o processo de imunização.
A reunião de Merkel com os 16 governadores alemães desta segunda-feira visava discutir melhorias no programa de vacinação do país, diante a escassez de imunizantes enfrentada na Europa. Diversos ministros, representantes de farmacêuticas e da Comissão Europeia também participaram da videoconferência.
Caminho lento
Na coletiva de imprensa após a reunião, Merkel pediu ainda paciência aos cidadãos e defendeu o governo das críticas de que a vacinação no país ocorre de maneira muito lenta. A campanha de vacinação na Alemanha, que teve início no fim de dezembro, tem sido marcada pela lentidão, déficit de vacinas, problemas burocráticos e conflitos com as farmacêuticas.
A chanceler defendeu também a decisão europeia de buscar a aprovação definitiva dos imunizantes, e não a emergencial, a fim de construir a confiança do público nas vacinas e também o cumprimento da aplicação das duas doses com o intervalo prescrito pelos fabricantes.
"O caminho tem sido lento em alguns pontos, mas acho que tivemos boas razões para isso", destacou Merkel.
Os governos da União Europeia são alvos de críticas devido ao processo lento de vacinação em comparação com os Estados Unidos, Reino Unido e Israel. A demora é causada principalmente pela demora na entrega de doses prometidas pela indústria farmacêutica.
A chanceler federal afirmou ainda que não está claro quando tempo dura a imunidade contra o coronavírus, e se vacina precisa ser tomada anualmente. Ela ponderou ainda que mutações no vírus podem mudar completamente os planos. "Se, por exemplo, ocorreu uma mutação contra a qual o imunizante não funciona, precisaremos começar tudo de novo".
Doses extras para a União Europeia
Nesta segunda, as farmacêuticas Biontech-Pfizer e AstraZeneca anunciaram a expansão das remessas de seus imunizantes para o bloco europeu.
A farmacêutica americana Pfizer e sua parceira alemã Biontech se comprometeram a fornecer 75 milhões de doses adicionais para a UE no segundo trimestre de 2021. Já conglomerado farmacêutico britânico-sueco AstraZeneca prometeu ao bloco europeu entregar 9 milhões de doses a mais do que as 31 milhões anunciadas para o primeiro trimestre.
Desde o início da pandemia, a Alemanha registrou mais de 2,2 milhões de casos. A covid-19 deixou ainda mais de 57 mil mortos no país de 83 milhões de habitantes. Ao todo 1,9 milhão de alemães já receberam a primeira dose da vacina.
cn (Reuters, dw)