Merkel promete doar 30 milhões de vacinas para países pobres
21 de maio de 2021A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, afirmou nesta sexta-feira (21/05) que seu país se comprometeu a direcionar mais 100 milhões de euros (R$ 650 milhões) para o consórcio global de vacinas Covax Facility e doar, até o fim deste ano, 30 milhões de doses de vacinas excedentes preferencialmente para países pobres.
As promessas foram feitas durante a Cúpula Global de Saúde do G20, que ocorreu de forma virtual. Merkel também pediu que outros países da União Europeia sigam o exemplo da Alemanha em doar estoques excedentes de vacinas.
A iniciativa Covax Facility foi organizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), entre outras entidades, para assegurar que nações menos desenvolvidas tenham acesso a vacinas contra a covid-19. "Queremos fortalecer o papel da OMS", disse Merkel.
Ainda nesta sexta-feira, a chanceler federal pediu aos alemães para que se comportem de maneira responsável enquanto várias regiões do país europeu continuam a relaxar restrições para conter a doença.
"Podemos ficar contentes que (taxas de infecção) diminuíram nos últimos dias e nas últimas duas semanas e que agora podemos pensar em dar mais passos para a reabertura", disse Merkel a repórteres em Berlim.
O Instituto Robert Koch (RKI), agência de controle de doenças do país, relatou 8.769 novos casos covid-19 e 226 mortes na quinta-feira. O país acumula 87.128 mortes relacionadas ao vírus desde o início da pandemia.
"Devemos ter cuidado", disse Merkel. "Mas acredito que, com a responsabilidade e o cuidado necessários, que espero que a maioria das pessoas vá seguir, não precisaremos falar em fechar tudo novamente", completou a chanceler.
Bolsonaro não participa de reunião do G20
O presidente brasileiro Jair Bolsonaro não participou da reunião virtual do G20 que abordou a pandemia nesta sexta-feira, em contraste com a maioria dos países envolvidos, que contaram com a presença de seus chefes de governo ou de Estado.
A cúpula contou com os líderes do Reino Unido, Holanda, México, Indonésia, Itália, Japão, Canada, Espanha, França, Alemanha, China, Argentina, Turquia, África do Sul e Coreia do Sul, além dos chefes de organizações internacionais como Banco Mundial, Nações Unidas e União Europeia.
O Brasil, segundo país que mais acumula mortes por covid-19 no mundo, com 444 mil óbitos, foi representado na reunião pelo ministro das Relações Exteriores, Carlos França.
Em seu discurso, França explicou que Bolsonaro está viajando desde quinta-feira e não pôde participar do encontro.
Nesta sexta-feira, Bolsonaro estava no Maranhão, onde participou de uma cerimônia de entrega de títulos de propriedade rural. Durante o evento, ele atacou o governador do estado, Flávio Dino, que faz oposição ao Planalto. O presidente chamou o governador de "gordinho ditador" e o comparou ao ditador norte-coreano Kim Jong-Un.
Na quinta-feira, Bolsonaro participou de um evento de inauguração de uma ponte no Maranhão
"Lá na Coreia do Sul [sic] tem uma ditadura, o ditador não é um gordinho? Na Venezuela, também tem uma ditadura, não é um gordinho lá o ditador? E quem é o gordinho ditador aqui do Maranhão?", disse Bolsonaro nesta sexta-feira.
O governador Flávio Dino é um apoiador de medidas de restrição para conter a pandemia, ao contrário de Bolsonaro, que se opõe a qualquer tipo de ação que possa limitar a circulação ou funcionamento do comércio, mesmo com o país batendo seguidos recordes de mortes por covid-19.
O governador respondeu aos ataques do presidente. "Bolsonaro anda preocupado com o meu peso, algo bem estranho e dispensável. Tenho ótima saúde física e mental. E estou ocupado com vacinas, pessoas doentes, medidas sociais, coisas sérias. Trabalho muito. Não tenho tempo para molecagens, cercadinhos e passeios com dinheiro público", escreveu Dino no Twitter. Nesta semana, o Maranhão identificou casos da variante indiana do coronavírus em tripulantes de um navio ancorado na costa do estado.
No ano passado, Bolsonaro já havia evitado participar de outros eventos internacionais virtuais para discutir a pandemia ou questões ambientais.
jps/lf (Reuters, AP, ots)