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Merkel e Macron reforçam parceria em cúpula da UE

23 de junho de 2017

Em Bruxelas, Macron e Merkel sinalizam disposição para, juntos, encontrarem soluções para os problemas do bloco. Um ano após referendo sobre Brexit, líderes europeus divergem sobre termos da saída do Reino Unido.

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Angela Merkel e Emmanuel Macron em Bruxelas
Após cúpula, Merkel e Macron deram entrevista coletivaFoto: picture-alliance/dpa/O. Matthys

Em sua primeira cúpula da União Europeia (UE), o presidente francês, Emmanuel Macron, aproveitou a reunião para estreitar os laços com a Alemanha e, ao lado de Angela Merkel, ressaltou a intenção dos países de assumirem a liderança na recuperação do bloco após a saída do Reino Unido.

"Quando França e Alemanha falam com uma única voz, a Europa pode avançar", afirmou Macron nesta sexta-feira (23/06) ao lado de Merkel, durante uma entrevista coletiva conjunta pouco usual ao fim de reuniões de cúpula da UE.

Há exatamente um ano, o resultado do referendo sobre o Brexit chocou líderes europeus, e trouxe incerteza sobre o futuro do bloco. Com a vitória de Macron na França, diminuiriam os tremores de que outros países poderiam seguir o caminho britânico.

"Esta coletiva de imprensa mostra que resolvemos encontrar juntos soluções para os problemas", destacou Merkel, após o presidente francês ter ressaltado que uma solução só é pertinente se assim o for para França e Alemanha.

Macron afirmou ainda que, mais do que um símbolo político, a coletiva ao lado de Merkel revelava uma verdadeiro ética de trabalho. A dupla de líderes, apelidada de Emmangela ou Merkron, insistiu na unidade em diversas questões, incluindo os planos de aumentar a capacidade de defesa da União Europeia, na medida que o continente não pode mais depender do Reino Unido ou dos Estados Unidos, sob a presidência de Donald Trump.

Ambos também ressaltaram a unidade na luta contra o aquecimento global e o terrorismo e em questões comerciais. Macron defendeu a abertura de mercados, mas com foco na reciprocidade. Merkel acrescentou que a Europa precisa responder se outros países tentarem impedir companhias europeias de participar de licitações públicas, em referência ao protecionismo de Trump.

Brexit em foco

A saída do Reino Unido da UE foi um dos temas mais importantes da cúpula de dois dias encerrada nesta sexta-feira. Apesar de prometer que europeus poderiam continuar no Reino Unido após a saída do bloco, a primeira-ministra britânica, Theresa May, admitiu nesta sexta-feira que houve divergências no encontro de líderes europeus quanto à garantia de direitos.

Enquanto May disse ter feito uma proposta "justa e séria" para aos direitos dos cidadãos britânicos, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirmou que a proposta de May ficou abaixo das expectativas. 

Um dos pontos de divergência diz respeito à jurisdição de reclamações de europeus. Os 27 países-membros da União Europeia desejam que seus cidadãos possam acionar o Tribunal Europeu de Justiça para garantir seus direitos no Reino Unido, algo que May rejeita.

O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, destacou que milhares de questões referentes aos direitos dos europeus permanecem em aberto. May disse que apresentará uma proposta mais detalhada sobre a questão na próxima segunda-feira e prometeu que o destino de europeus será prioridade nas negociações do Brexit.

Além da saída do Reino Unido da UE, o crescimento do bloco, migração e comércio exterior foram temas discutidos pelos líderes durante a cúpula. Os países também se comprometeram a aumentar a cooperação no setor de defesa e segurança.

CN/rtr/afp/ap