Merkel defende que UE fique isenta de tarifas americanas
9 de março de 2018A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, criticou nesta sexta-feira (09/03) as sobretaxas de importação do aço e do alumínio adotadas pelos Estados Unidos e defendeu o diálogo para lidar com a questão, assim como uma isenção para a União Europeia (UE).
Após uma reunião com associações líderes da economia alemã, em Munique, Merkel afirmou que vê a imposição das tarifas com preocupação e ressaltou seu total apoio à Comissão Europeia para que se dirija à Organização Mundial de Comércio (OMC) e busque o diálogo com as autoridades americanas e com outros países, como a China.
Leia também: A chantagem de Trump
"Precisamos agora, de preferência, primeiro dialogar. O melhor seria se pudéssemos ficar isentos", acrescentou a chanceler.
Ao ser questionada se temia uma guerra comercial, Merkel afirmou apenas que seu caminho não ajuda ninguém. "Estamos convencidos de que no fim é prejudicial para todos. Ninguém ganharia com uma corrida como esta. E, por isso, buscamos muito conscientes o diálogo", acrescentou.
A chanceler não quis comentar as medidas tarifárias cogitadas pela União Europeia (UE) para responder a Washington. Merkel destacou, porém, que a Alemanha, o lado da Europa, também pode reagir.
Ela lembrou ainda que há um regime de tarifas negociado no marco da OMC e que a Alemanha trabalhou sempre em favor de um tratado de livre-comércio com os EUA e da eliminação de barreiras. A chanceler garantiu que esse deve ser o objetivo.
O presidente dos EUA, Donald Trump, oficializou na quinta-feira as tarifas de 25% nas importações de aço e 10% nas de alumínio, materiais que são essenciais para os setores de construção e manufatura. A medida entra em vigor em 15 dias. México e Canadá foram, por enquanto, excluídos da medida.
O governo americano deixou aberta a possibilidade para países solicitarem isenções, mas não revelou os critérios para a concessão desse benefício. A Casa Branca, porém, disse que a isenção será concedida àqueles que conseguirem resolver a ameaça que suas exportações representam aos EUA.
A decisão americana revoltou a comunidade internacional. Após o anúncio da taxação na semana passada, vários países disseram que não ficariam de braços cruzados e que estabeleceriam tarifas e barreiras comerciais a produtos dos Estados Unidos. O governo brasileiro afirmou que manterá a preferência pelo diálogo, mas não descartou ações para preservar os direitos e interesses nacionais.
CN/dpa/afp/efe
----------------
A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube | WhatsApp | App