Merkel defende incluir incêndios na Amazônia na agenda do G7
23 de agosto de 2019Os incêndios na Amazônia constituem uma "situação de emergência aguda" que deve ser discutida na cúpula do G7 neste fim de semana, declarou nesta sexta-feira (23/08) em Berlim o porta-voz da chanceler federal alemã, Angela Merkel, em apoio a uma proposta do presidente francês, Emmanuel Macron.
A sugestão de abordar o tema já contava com o apoio do primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, outro representante de país-membro do G7.
O porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert, destacou que, exatamente como Macron, a chanceler federal considera que a questão deve integrar a agenda dos países do G7 quando eles se reunirem neste fim de semana em Biarritz, na França.
Seibert sublinhou também que "a magnitude dos incêndios [na Amazônia] é assustadora e ameaçadora, não apenas para o Brasil, mas para o mundo inteiro". Ele ponderou, entretanto que o tema deve ser abordado "em diálogo e em cooperação com o Brasil".
O ministro do Exterior da Alemanha, Heiko Maas, ofereceu ajuda ao Brasil na luta contra as chamas. "Se a floresta tropical queima há semanas, então, não podemos ficar indiferentes. A proteção da herança natural única da Amazônia é uma tarefa internacional que diz respeito a todos nós", escreveu Maas no Twitter.
Macron afirmou nesta sexta-feira que Bolsonaro mentiu sobre seu comprometimento com o meio ambiente e anunciou que, sob essas condições, a França se opõe ao tratado de livre comércio entre União Europeia e Mercosul.
A afirmação veio depois de Bolsonaro acusar Macron de "ter mentalidade colonialista" e de pretender "instrumentalizar" o assunto "para ganhos políticos pessoais".
O comentário foi publicado no Twitter, em resposta a um tuíte do chefe de Estado francês, em que ele classifica os incêndios na Amazônia como uma "crise internacional" e convoca os países industrializados do G7 "a conversar sobre esta emergência".
Paris há muito vê de forma critica o acordo com o Mercosul, também devido a preocupações dos agricultores franceses. No início de julho, Macron havia se oposto à rápida ratificação do tratado negociado pela UE e pediu "garantias" adicionais, como a proteção da Floresta Amazônica.
MD/lusa/afp/dpa
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