Merkel assume responsabilidade por derrota de seu partido
5 de setembro de 2016A chanceler federal alemã, Angela Merkel, assumiu nesta segunda-feira (05/09) sua parcela de responsabilidade pelo mau desempenho da União Democrata Cristã (CDU) na eleição estadual de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental.
"O resultado da eleição fala por si. Claro que ele tem que ver com a política para refugiados. Eu sou presidente do partido, sou chanceler. Aos olhos das pessoas, não há como separar essas coisas, então é claro que eu também sou responsável", declarou a chanceler à margem da cúpula do G20, na China.
Apesar da derrota, Merkel defendeu sua política de portas abertas, dizendo que considera as decisões tomadas pelo seu governo corretas, "assim como elas foram tomadas". Para ela, o importante agora é recuperar a confiança dos eleitores. "Isso também vale para mim", acrescentou.
"Temos que reconhecer que, neste momento, muitas pessoas não têm confiança suficiente na capacidade de resolução [do governo] para esse tema [refugiados], apesar de já termos feito muito", afirmou.
AfD avança
Com 19% dos votos, a CDU foi ultrapassada em Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental pelo partido populista de direita Alternativa para Alemanha (AfD), que obteve 20,8%. O primeiro lugar ficou com o Partido Social-Democrata (SDP), com 30,6%, que perdeu, porém, cinco pontos percentuais em relação à eleição anterior. Merkel afirmou que está "profundamente insatisfeita" com o resultado da eleição.
Nos últimos meses, a AfD tem ganhado força com críticas ferrenhas à política para refugiados do governo federal. O partido já está presente no legislativo de nove dos 16 estados alemães e tem reais chances de entrar no Bundestag (Parlamento alemão) nas eleições de 2017.
A popularidade de Merkel atingiu o pior nível em cinco anos, de acordo com uma pesquisa de opinião divulgada na semana passada. O secretário-geral da CDU, Peter Tauber, afirmou que o governo adotou uma série de medidas para diminuir a chegada de requerentes de asilo, aumentar a segurança e promover a integração dos refugiados. "Leva tempo até que as medidas comecem a fazer efeito e para recuperar a confiança perdida", avaliou.
KG/dpa/afp