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Menos dinheiro para cultura alemã no exterior

rw7 de março de 2004

Cortes de mais de 33% até 2007 ameaçam o orçamento das instituições culturais, que emitiram nota de protesto. Joschka Fischer fala da reorientação da política cultural alemã. Instituto Goethe ameaçado.

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Ensino em Cabul, uma das prioridades de BerlimFoto: reportage-photo.de

Pouco dinheiro. Este é, segundo o ministro das Relações Exteriores, Joschka Fischer, o principal problema da política cultural alemã no exterior. Embora 25% do orçamento de sua pasta sejam aplicados em política cultural, também o Ministério não escapa da série de cortes efetuados em nível federal. Os 560 milhões de euros do orçamento de 2003 serão reduzidos passo a passo nos próximos três anos, de 6% em 2004 a 12% em 2007.

"O ideal seria uma ampla presença em todo o mundo, mas não podemos pagá-la, por isso temos de impor prioridades", salientou o ministro do Partido Verde, não descartando o fechamento de mais representações do Instituto Goethe. Fischer aposta em patrocínio particular e novas idéias. Neste sentido, já está em andamento a parceria dos institutos Goethe com o British Council. Por outro lado, procura-se fomentar instituições "menores e mais flexíveis, não tão caras como o Instituto Goethe".

Acompanhar mudanças globais

Nem sempre, no entanto, o fechamento deste importante difusor do idioma e da cultura alemães é a solução adequada, admite o próprio Fischer. "O 11 de Setembro mostrou que algumas decisões provocadas pela penúria financeira foram erradas, como o fechamento do Instituto Goethe em Lahore, no Paquistão", reconheceu o ministro verde. As mudanças radicais no mundo exigem a definição de novas prioridades, o que não é um processo fácil na opinião do ministro. Em vista da ampliação da União Européia, em maio, recebem primazia os países do centro e do Leste europeu. Também as entidades culturais alemãs em países islâmicos, no Oriente Médio e no leste asiático receberão maior apoio financeiro de Berlim.

O Afeganistão está entre as prioridades da política cultural alemã. Um terço do montante investido pelo Ministério das Relações Exteriores no Afeganistão vai para a educação e cultura. Além da abertura de um Instituto Goethe em Cabul no ano passado, Berlim mantém duas escolas na capital afegã. Protesto conjunto Diversos órgãos responsáveis pela divulgação da cultura alemã no exterior protestaram contra os cortes iminentes. Numa declaração conjunta, o Instituto Goethe, o Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD), a Fundação Alexander von Humboldt e o instituto IFA, de relações internacionais, lamentam os cortes. Estariam ameaçados até 20 institutos Goethe, mil bolsas de doutorado, assim como a ajuda a 300 cientistas estrangeiros de elite. As instituições reclamam que a política de cortes, que começou na década de 90, fez com que os recursos da política cultural da Alemanha no exterior fossem reduzidos em quase um terço de seu valor, levando-se em consideração o Produto Interno Bruto e o orçamento da União.