Manifestações contra Dilma superam atos anteriores
14 de março de 2016A maior das cinco jornadas de protestos contra o governo da presidente Dilma Rousseff e o PT reuniu mais de 3 milhões de pessoas em todo o Brasil, segundo cálculos da PM, de organizadores e do Instituto Datafolha, e as manifestações transcorreram de forma pacífica.
Além de criticar o governo e o PT, os manifestantes também expressaram apoio ao juiz federal Sérgio Moro, responsável por julgar os processos resultantes da Operação Lava Jato, e à Polícia Federal, que executa as operações de busca e apreensão da operação.
A ampla maioria dos manifestantes vestia verde e amarelo ou carregava símbolos nacionais, como a Bandeira do Brasil. Os bonecos infláveis de Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em trajes de presidiários também estavam presentes na versão reduzida, vendida por camelôs.
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Em meio a uma crise política cada vez mais profunda, a grande participação popular ns protestos eleva ainda mais a pressão sobre a presidente, que enfrenta uma tentativa de impeachment, no momento parada por ação da Justiça na Câmara dos Deputados.
Como nas quatro vezes anteriores, o maior de todos os protestos aconteceu em São Paulo, onde meio milhão de pessoas se reuniram na Avenida Paulista e imediações, segundo cálculos do Instituto Datafolha. Com isso, a manifestação na capital paulista é maior do que a da Diretas Já, em 1984. A PM calculou que 1,4 milhão de pessoas compareceram.
Pelo menos seis movimentos ocuparam a Avenida Paulista com carros de som para pedir a saída de Dilma. O Vem Pra Rua, um dos movimentos que liderou e convocou os protestos deste domingo, deu início ao ato às 15h, com o Hino Nacional e a liberação de balões. Os manifestantes, porém, já ocupavam a avenida desde as 10h. O principal ponto de encontro das lideranças oposicionistas foi o palco montado pelo Movimento Brasil Livre, em frente ao Masp.
Diversos políticos e parlamentares de partidos de oposição estiveram presentes no ato. Ao se aproximarem do Masp, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o senador mineiro Aécio Neves foram vaiados pelos manifestantes. "Nós estamos aqui como cidadãos, respeitando a pluralidade nessa sociedade tão múltipla como a nossa e na busca daquilo que nos une, o fim desse governo", disse o senador.
No Rio de Janeiro, a manifestação durou cerca de cinco horas e ocupou vários quarteirões nas duas faixas da Avenida Atlântica, na orla de Copacabana, zona sul da cidade. A Polícia Militar acompanhou a manifestação com viaturas e um helicóptero. Não foram registrados confrontos nem incidentes graves.
A PM não divulgou número de manifestantes, mas os organizadores estimaram que de 750 mil a 1 milhão de pessoas participaram do protesto, que ocupou cerca de dez quarteirões da orla. A apresentação do Hino Nacional encerrou a manifestação. A multidão começou a se dispersar por volta das 15h.
Em Brasília, a manifestação de apoio ao combate à corrupção e a favor do impeachment de Dilma foi realizada na Esplanada dos Ministérios e terminou ao som do Hino Nacional e gritos de "Fora, PT". Segundo a Polícia Militar, 100 mil pessoas estiveram presentes, e não houve registro de atos violentos. O percurso dos manifestantes começou no Museu da República e foi até o Congresso Nacional, em um total de dois quilômetros.
No Recife, a PM calculou que 120 mil pessoas participaram do ato contra o governo, que aconeceu na orla da capital pernambucana, no bairro de Boa Viagem. Sob um sol intenso, três trios elétricos e um carro de som puxaram o ato.
Em Belo Horizonte, os manifestantes se concentraram às 10h na Praça da Liberdade, na região centro-sul da capital mineira. De dois carros de som eram organizados os discursos pelos líderes dos grupos Patriotas, Movimento Brasil Livre e Vem pra rua, entre outros. O senador Aécio Neves também compareceu e fez coro aos pedidos de impeachment de Dilma. De acordo com a Polícia Militar, o protesto reuniu cerca de 30 mil pessoas. A manifestação começou a se dispersar por volta das 13h.
Em Salvador, os manifestantes se reuniram às 10h na Barra, bairro de classe média. O ato acabou no meio da tarde. Segundo a Polícia Militar, cerca de 20 mil pessoas participaram do protesto, que se encerrou no Farol da Barra, onde houve dispersão dos participantes por volta das 13h.
Em Curitiba, a manifestação contra o governo reuniu 120 mil pessoas, segundo a Polícia Militar. Em Porto Alegre, os manifestantes contrários ao governo se reuniram no Parcão, enquanto os apoiadores de Dilma e Lula se concentraram no parque da Redenção.
AS/abr/efe