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Negacionistas invadem terreno de hospital na Alemanha

30 de janeiro de 2022

Cerca de 50 pessoas que participavam de protesto contra medidas de restrição não seguiram ordem da polícia de dispersão e entraram nas dependências do Hospital Universitário de Leipzig. Ato não havia sido anunciado.

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Cinco carros de polícia parados em frente a um prédio.
Alguns manifestantes tentaram fugir e acabaram invadindo o terreno do hospital, sendo contido por equipes de emergência. Foto: Franz Schurig/LausitzNews.de/dpa/picture alliance

A Alemanha voltou a registrar neste sábado (29/01) protestos contra vacinas e medidas anticovid em diversas cidades. Embora a maioria dos atos tenha sido pacífico, em Leipzig, no leste do país, cerca de 50 pessoas invadiram o terreno do Hospital Universitário, em frente à ala psiquiátrica.

Conhecidos membros de grupos extremistas de direita estavam entre os participantes do protesto, que não havia sido informado às autoridades.

O ato começou pacífico mas, por não seguirem regras de distanciamento e por não nomearem um líder para conversar com a polícia, a marcha foi interrompida pelos agentes. Alguns manifestantes tentaram fugir e acabaram invadindo o terreno do hospital. Sem terem para onde ir, foram contidos por equipes de emergência. Eles tiveram as identidades registradas. 

A polícia abriu investigações por suspeita de invasão, resistência aos agentes, insultos e danos à propriedade, entre outros.

Segundo a imprensa local, alguns dos manifestantes que invadiram o terreno buscavam uma alternativa para chegar ao ponto onde desejavam seguir com o protesto, já que o trajeto original foi bloqueado pela polícia.

Contraprotesto a favor das vacinas

Paralelamente, também ocorreu na cidade um contraprotesto, a favor das vacinas e das medidas de restrição, organizado pela iniciativa "Leipzig nimmt Platz".

Os organizadores do contraprotesto criticaram as ações das autoridades contra os negacionistas. Segundo eles, foi informado de antemão que grupos neonazistas poderiam participar de um ato na cidade.

De acordo com o "Leipzig nimmt Platz" , há uma semana, uma marcha semelhante, também sem aviso prévio, seguiu em direção ao hospital. "Portanto, não é de surpreender que o local tenha sido invadido desta vez", disse a iniciativa, questionando por que a polícia não protegeu o local mais de perto.

Milhares saem às ruas contra medidas anticovid

Protestos contra medidas de restrição reuniram milhares de pessoas em várias regiões da Alemanha. Em Düsseldorf, o ato teve a participação de cerca de 3.900 pessoas, em Freiburg, de 4.500, e em Osnabrück de 1.150.      

Em Frankfurt, houve a participação de cerca de 4.000 pessoas – a maioria não respeitou o uso de máscara e o distanciamento social.

A Alemanha vem registrando há vários dias recordes de incidência de casos de covid-19. Neste domingo, a taxa era de 1.156,8 novos casos a cada 100.000 habitantes em sete dias, informou o Instituto Roberto Koch (RKI), agência governamental para o controle e prevenção de doenças. Para comparação, há uma semana, a incidência nacional era de 806,8.

Em 24 horas, o país contabilizou 118.970 novas infecções pelo coronavírus e 59 mortes devido à covid-19. 

No total, a Alemanha já registrou oficialmente 117.725 óbitos pela doença e mais de 9,7 milhões de casos. 

Cerca de 73% dos alemães estão completamente vacinados contra a covid-19 e mais de 52% já receberam uma dose de reforço, segundo dados do site Our World in Data, da Universidade de Oxford. No entanto, centenas de milhares ainda se recusam a se vacinar. 

le (lusa, afp, dpa, ots)