Manifestantes contra Bolsonaro protestam pelo país
21 de outubro de 2018A oito dias do segundo turno, manifestantes contrários ao candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) e a favor da democracia, dos direitos humanos e da liberdade de expressão saíram às ruas de várias cidades do país neste sábado (21/10).
Segundo o portal G1, houve manifestações em 29 cidades de 15 estados e no Distrito Federal. Os protestos foram convocados pelas redes sociais por diferentes grupos, entre eles o Mulheres Unidas contra Bolsonaro.
O jornal Folha de S. Paulo aponta que a adesão foi menor que a dos atos de 29 de setembro, que, segundo os organizadores, levaram mais de um milhão de pessoas às ruas de todo o país.
Em São Paulo, a manifestação contra Bolsonaro deste sábado foi convocada pelos movimentos Mulheres Unidas contra Bolsonaro, que também organizou o ato do final de setembro, Frente Brasil Popular e Frente Povo sem Medo.
Desta vez, os manifestantes lotaram o vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e chegaram a ocupar os dois sentidos da Avenida Paulista. Ao som de tambores, centenas de pessoas gritavam "Ele não!", "Ele nunca!" e "Ele Jamais", em referência ao candidato do PSL.
No protesto, que seguiu em direção à Praça da Sé, foram exibidas faixas contra as declarações do presidenciável consideradas ofensivas às mulheres, aos homossexuais e aos negros.
Guilherme Boulous, que concorreu à Presidência pelo Psol, participou do ato. Além do Psol e do PT, o PSTU e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) também estavam representadas em bandeiras portadas pelos manifestantes.
Outras dez cidades paulistas foram palco de atos contra o ex-capitão, segundo o G1.
No Rio de Janeiro, milhares de manifestantes convocados pelo movimento Mulheres contra Bolsonaro se reuniram na Cinelândia, portando bandeiras de vários partidos. Além de "Ele não!", os participantes entoavam cantos como "A nossa luta é todo dia, somos mulheres na democracia".
Na Candelária, manifestantes homenagearam o mestre de capoeira Moa do Katendê, assassinado a facadas na noite do primeiro turno em Salvador, supostamente após declarar voto ao PT. Da Candelária, os participantes do ato seguiram em passeata até a Lapa.
Em Brasília, o protesto reuniu 10 mil pessoas, segundo a organização. A Polícia Militar não estimou o número de participantes. Assim como em outras cidades, o ato contou com a participação de mulheres, adolescentes, jovens, idosos e famílias com crianças. Com cartazes e ao som de tambores, os manifestantes gritavam "Ele não!".
"Mais amor e menos ódio" e "Mulheres contra o machismo, o racismo e a homofobia" foram alguns dos dizeres que estamparam os cartazes.
"Hoje voltamos às ruas de Brasília para dizer que a gente quer barrar o atraso, quer barrar o candidato que representa as posições fascistas em curso no nosso país. Tem mulheres, trans, homens, gente nova, idosos, pessoas de todas as cidades satélites", disse a jornalista Leonor Costa, uma das organizadoras da manifestação na capital federal.
Em Porto Alegre, a candidata à vice-presidente pela chapa de Fernando Haddad (PT), Manuela D'Ávila (PCdoB), e membros do Partido dos Trabalhadores se juntaram à manifestação contra Bolsonaro.
Também houve atos nas capitais Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Campo Grande, Curitiba, Florianópolis, Goiânia, João Pessoa, Maceió, Natal, Recife e Salvador.
Cidades fora do país também foram palco de manifestações contra Bolsonaro neste sábado. Em Nova York, nos Estados Unidos, cerca de 40 pessoas se reuniram e prestaram homenagem ao mestre de capoeira Moa do Katendê.
Em Amsterdã, na Holanda, uma jovem levou um cartaz escrito com os dizeres "Minha avó sobreviveu ao Holocausto, por ela luto contra o fascismo Brasil". Em Londres, no Reino Unido, manifestantes homenagearam a ex-vereadora Marielle Franco (Psol-RJ), cujo assassinato, em março deste ano, ainda está sem solução.
Também houve atos na capital alemã, Berlim; em Paris, na França; em Lausanne, na Suíça; na cidade portuguesa do Porto; em Oslo, na Noruega; e em Buenos Aires, na Argentina.
Manifestações a favor de Bolsonaro ocorreram neste sábado em Assis, no estado de São Paulo, e na cidade catarinense de Chapecó, de acordo com o G1. Protestos contra o comunismo e o retorno do PT à Presidência foram convocados para este domingo em todos o país.
LPF/abr/ots
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