Mais suspeitas de lavagem de dinheiro no Commerzbank
13 de agosto de 2005"As investigações envolvem, há alguns dias, também o presidente do banco, Klaus-Peter Müller", anunciou o porta-voz do Commerzbank neste sábado (13/08). O motivo das investigações é a suposta participação da instituição financeira em transações ilegais envolvendo a privatização de empresas russas de telecomunicação, nos anos 90.
Mera formalidade?
A direção do banco insiste na inocência de Müller e aponta as investigações envolvendo Müller como uma mera formalidade jurídica. Vários outros executivos do Commerzbank, porém, são acusados no caso.
Müller foi, até 1999, responsável pelo setores da Europa Central e Leste Europeu, a principal zona de expansão do banco. Nesse período, foram, segundo noticia a mídia, lavados 170 milhões de euros através de uma empresa sediada em Luxemburgo e criada especialmente para realizar a operação.
Em meados de julho último, os investigadores chegaram ao nome de Andreas de Mazière, ex-diretor de Recursos Humanos do Commerzbank. O caso veio à tona no âmbito de uma briga judicial entre o grupo russo Alfa e a holding Telecominvest (TCI), de São Petersburgo, envolvendo um pacote de ações da operadora de telefonia celular russa Megafon.
"Responsabilidade própria"
Após a demissão súbita e inesperada de De Mazière, o banco continuou rejeitando qualquer envolvimento com lavagem de dinheiro, sob o argumento de que o executivo acusado de envolvimento no escândalo teria agido "sob sua própria responsabilidade".
O alcance da participação do Commerzbank no caso ainda não é claro e não se sabe o total de dinheiro envolvido. A imprensa fala em cerca de cem milhões de euros provenientes de negócios irregulares. Filiais do banco e casas de funcionários no Oeste alemão foram revistadas durante as investigações. Uma empresa de consultoria financeira suíça é também acusada de ter prestado serviços aos envolvidos.