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Viagens oficiais

13 de abril de 2010

Acidente aéreo do último domingo, que levou à morte do presidente da Polônia e um grande número de personalidades do país, traz à tona importância de normas preventivas que regulem os deslocamentos de comitivas oficiais.

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Ministros alemães Westerwelle (e), do Exterior, e Niebel, de Cooperação Econômica, em viagem conjunta à ÁfricaFoto: picture alliance/dpa

A maioria dos países do hemisfério ocidental dispõe apenas de regras extraoficiais para regulamentar viagens conjuntas de membros do governo e lideranças do Estado. Na Alemanha, por exemplo, não há lei que proíba o chefe de governo e o presidente federal de viajarem juntos no mesmo avião.

Isso aconteceu no ano passado, quando Angela Merkel e Horst Köhler voaram juntos para a cerimônia em memória às vítimas de um massacre numa escola no sul do país. Também a chanceler federal e seu vice, o ministro de Relações Exteriores, viajam juntos ocasionalmente.

A última dessas ocasiões foi em fevereiro, quando Merkel e Guido Westerwelle partilharam um voo a Paris para encontro com o governo francês. A bordo estavam 10 dos 14 ministros da Alemanha. Segundo o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Andreas Peschke, trata-se de um caso excepcional.

"É verdade que não existem regras escritas, mas na prática as viagens aéreas conjuntas são exceção. Elas acontecem, por exemplo, quando lideranças políticas viajam para negociações com o governo de outra nação ou eventos similares. Assim é mais barato e mais prático, pois a bordo podem ser feitos os últimos ajustes para as conversações."

Práticas semelhantes na França, EUA e Reino Unido

Na França tampouco há regras oficiais que regulem os deslocamentos de comitivas políticas. Nos encontros regulares dos gabinetes de governo da Alemanha e da França, por exemplo, os ministros franceses viajam em pelo menos duas aeronaves.

Por sua vez o presidente do Senado, que é ao mesmo tempo o vice-presidente, jamais viaja com Nicolas Sarkozy no mesmo avião. O mesmo acontece com o primeiro-ministro e o presidente.

Air Force One über dem Mount Rushmore
Avião presidencial dos EUA sobrevoa Monte Rushmore, onde estão esculpidos os rostos de presidentes norte-americanosFoto: AP

Desde os atentados de setembro de 2001 nos Estados Unidos, o presidente e o vice-presidente norte-americanos jamais viajam juntos na mesma aeronave. Cada um tem seu avião militar próprio, conhecidos popularmente como "Air Force One" e "Air Force Two".

Por regra, nunca um grupo muito grande de líderes políticos costuma viajar no mesmo avião, para evitar que em caso de acidente morram ao mesmo tempo tantas lideranças. Todas as pessoas com cargos políticos nos EUA têm um sucessor designado, que pode assumir imediatamente a posição do outro. Segundo uma regra extraoficial, ambos jamais participam do mesmo evento.

No Reino Unido, o herdeiro ao trono, príncipe Charles, necessita da permissão da mãe, a rainha Elizabeth, quando pretende viajar com os filhos William e Harry. A rainha viaja em aviões da Royal Air Force ou, no caso de voos intercontinentais, em um avião fretado. O primeiro-ministro e a rainha nunca viajam no mesmo avião por questões de segurança e também de protocolo.

Daniel Scheschkewitz/ Hardy Graupner (rw)
Revisão: Augusto Valente