Maioria dos muçulmanos se sente bem na Europa, diz estudo
21 de setembro de 2017A maioria dos muçulmanos se sente bem na Europa, aponta um estudo sobre integração encomendado pelo órgão responsável pelos direitos fundamentais na União Europeia (UE). Divulgada nesta quinta-feira (21/09), a pesquisa indica que 76% dos muçulmanos entrevistados têm um forte sentimento de pertencimento ao país europeu em que vivem.
Além disso, 92% dos entrevistados disseram que não veem problemas em conviver com vizinhos de outras crenças. A grande maioria dos muçulmanos residentes na União Europeia também ostenta forte confiança nas instituições democráticas, segundo o estudo da Agência dos Direitos Fundamentais da UE. Isso se aplica também em casos de muçulmanos que sofreram discriminação e assédio.
Ao mesmo tempo, um terço dos muçulmanos disse já ter se sentido discriminado nos últimos cinco anos ao buscar um emprego. Porém, apenas 12% das vítimas de discriminação denunciaram o ocorrido. Além disso, 42% dos entrevistados que foram parados pela polícia no ano passado disseram acreditar que os controles ocorreram devido a suas origens migratórias ou por fazerem parte de uma minoria étnica.
No entanto, o diretor da Agência dos Direitos Fundamentais da UE, Michael O'Flaherty, fez uma avaliação positiva: "Os resultados da nossa pesquisa mostram que é absolutamente ridículo afirmar que os muçulmanos não estão integrados a nossas sociedades. Notamos que sua confiança nas instituições democráticas é maior do que a manifestada por grande parte da população."
Por outro lado, cada caso de discriminação e ódio impede a inclusão de muçulmanos e também reduz as oportunidades de encontrar um emprego.
O estudo foi conduzido em 15 Estados-membros da UE, onde foram entrevistadas 10.527 pessoas que se identificaram como muçulmanas. O propósito da pesquisa era analisar alguns aspectos da integração. Os entrevistados responderam questões sobre sensação de pertencimento e confiança nas instituições públicas, bem como sobre experiências com discriminação, assédio e controles policiais e conhecimento dos próprios direitos civis.
PV/dpa/kna