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Maioria dos europeus quer fim do horário de verão

29 de agosto de 2018

Resultado de pesquisa online deve pressionar autoridades da União Europeia a abolir mudança de horário. Muitos cidadãos têm se queixado de dificuldades para dormir, irritação e falta de concentração devido à alteração.

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Relógio
Desde 1980, a Alemanha mantém a mudança de horários no últimos domingo de março e no último de outubroFoto: picture-alliance/dpa/U. Baumgarten

Mais de 80% dos europeus são a favor de abolir a mudança dos ponteiros dos relógios no verão e no inverno, segundo pesquisa online realizada na União Europeia (UE) e divulgada por fontes da instituição nesta quarta-feira (29/08).

Cerca de 4,6 milhões de pessoas participaram da pesquisa, realizada entre 4 de julho e 26 de agosto. Três milhões dos entrevistados eram da Alemanha. A Comissão Europeia apresentará oficialmente os resultados nesta quinta-feira e ainda não quis comentá-los. No entanto, o jornal alemão Westfalenpost divulgou os resultados citando fontes de Bruxelas.

O horário de verão em sua forma atual foi introduzido na Alemanha em 1980 – e muito antes em alguns outros Estados-membros da UE – com a finalidade de economizar eletricidade. A mudança foi regulada uniformemente em todo o bloco em 2002. Todos os anos, os países-membros da UE adiantam os relógios uma hora no último domingo de março e voltam no último domingo de outubro.

Em fevereiro, o Parlamento da União Europeia pediu uma revisão do modelo atual afirmando que o horário de verão pode ter "consequência negativas para a saúde humana".

O eurodeputado alemão Peter Liese disse ao Westfalenpost que a Comissão Europeia deve tomar medidas concretas para reconsiderar a mudança de horário. "Se o resultado da pesquisa for claro, os órgãos europeus não devem ignorá-lo", disse.

Liese afirmou ainda que conta com uma proposta rápida da Comissão Europeia até o final deste verão (no Hemisfério Norte). "Assim, a lei poderia ser aprovada antes das eleições para o Parlamento Europeu em maio do ano que vem", argumentou.

Aqueles contra a mudança de horários argumentam que o horário de verão não atingiu seu propósito. A Comissão Europeia determinou que a economia de energia como resultado de mudanças de horário tem sido mínima.

Ao mesmo tempo, muitos cidadãos do bloco têm se queixado de alterações em seu biorritmo, incluindo dificuldade para dormir, irritação e falta de concentração.

Embora uma pequena cidade no Canadá tenha experimentado pela primeira vez com as mudanças sazonais do relógio em 1908, a Alemanha foi a primeira a introduzi-la nacionalmente, no auge da Primeira Guerra, em 1916. A medida foi abolida depois da guerra, apenas para ser reintroduzida durante a Segunda Guerra.

Após o conflito mundial, a Alemanha Oriental usou o chamado horário de verão duplo (Daylight Saving Time, DST), adiantando seus relógios em duas horas, em vez de uma. O raciocínio era sincronizar os relógios alemães com a hora local de Moscou. Embora controversa, a medida é usada na Alemanha desde 1980.

Muitos países no mundo não usam o sistema do DST. Dentro da UE, a Islândia não muda seu relógio, enquanto na Ásia o DST não é aplicado por países como China, Japão, Coreia do Sul, Taiwan e Índia, por exemplo. No Brasil, o DST, ou horário de verão, é adotado sem interrupções desde 1985.

PV/dpa/afp

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