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Maioria dos brasileiros apoia isolamento, diz Datafolha

6 de abril de 2020

Apenas 18% defendem volta à normalidade para estimular a economia, enquanto para 76%, as pessoas devem ficar em casa para conter a pandemia de coronavírus. Maioria concorda com fechamento do comércio não essencial.

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Avenida Paulista vazia devido à quarentena
Medidas de isolamento para conter o coronavírus esvaziaram cidades no Brasil, como São PauloFoto: Reuters/A. Perobelli

A grande maioria dos brasileiros apoia as medidas de isolamento social aplicadas por governos estaduais e municipais para conter a propagação do novo coronavírus no país, aponta uma pesquisa do instituto Datafolha divulgada nesta segunda-feira (06/04) pelo jornal Folha de S.Paulo. Entre os entrevistados, 76% são a favor de que a população fique em casa.

Outros 18% defenderam o fim do isolamento dos cidadãos para estimular a economia, ideia apoiada pelo presidente Jair Bolsonaro. Até mesmo na região Sul, onde Bolsonaro conta com a maior aceitação, 70% dos entrevistados são a favor de que a população permaneça em casa.

Bolsonaro vem defendendo uma forma de quarentena parcial, isolando apenas idosos e doentes crônicos. O presidente também minimizou repetidas vezes a pandemia, classificando a covid-19 como uma "gripezinha", inclusive num pronunciamento polêmico que gerou ondas de condenação. O presidente vem sendo alvo de panelaços pelo país.

O Datafolha questionou também a opinião dos entrevistados sobre o funcionamento do comércio. A maioria, 65%, concorda que lojas não essenciais devem permanecer fechadas, enquanto 33% deseja a reabertura de todo o comércio. Entre os questionados, 71% se disseram a favor de uma proibição de sair de casa para quem não trabalha em serviços considerados essenciais, contra 26% que são contrários a essa restrição.

Sobre a volta das aulas, 87% disseram que elas devem permanecer suspensas, e 11% são a favor do retorno das atividades de ensino.

A pesquisa também perguntou aos entrevistados quantos dias ainda deveria durar o isolamento: 23% disseram entre 21 e 30 dias; para outros 23%, 31 dias ou mais; enquanto 16% acreditam que a medida deveria ficar em vigor por mais 11 a 15 dias.

O instituto Datafolha ouviu 1.511 pessoas, por telefone, entre os dias 1º e 3 de abril. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

Em outros levantamentos divulgadas nos últimos dias, o Datafolha questionou os entrevistados sobre o desempenho de Bolsonaro na resposta à pandemia de covid-19. Apesar de apenas 33% considerarem a gestão da crise do coronavírus pelo presidente como boa ou ótima, 59% dos brasileiros são contra a renúncia do presidente, apontam dados apresentados no domingo. Ao mesmo tempo, mais de um terço (37%) dos entrevistados defendem que Bolsonaro renuncie.

Segundo o Datafolha, 44% dos brasileiros acreditam que o presidente não tem mais condições de liderar o país, mas 52% ainda endossam a capacidade do presidente de seguir na função. Entre os evangélicos, tradicionais apoiadores de Bolsonaro, 64% são contrários à renúncia, e 60% acreditam que o presidente tem condições de seguir liderando o país.

Dados do Datafolha divulgados na última sexta-feira apontaram que Bolsonaro tem uma avaliação pior que governadores e prefeitos quanto à gestão da crise do coronavírus, enquanto a aprovação do Ministério da Saúde é mais que o dobro da do chefe de Estado. 

Em comparação com o levantamento anterior do instituto, divulgado em 23 de março, a reprovação de Bolsonaro subiu de 33% para 39%. A porcentagem dos que consideram o desempenho do presidente como regular variou de 26% para 25%, e a dos que o avaliam como ótimo ou bom caiu de 35% para 33%.

Enquanto isso, a aprovação do Ministério da Saúde, comandado pelo ministro Luiz Henrique Mandetta, disparou para 76%, ante os 55% da pesquisa anterior. A reprovação caiu de 12% para 5%, e a avaliação regular foi de 31% para 18%.

Em relação aos governadores, uma média de 58% dos entrevistados considera a gestão do chefe do Executivo de seu estado como ótima ou boa; 23%, regular; e 16%, ruim ou péssima. Na pesquisa divulgada em março, essas avaliações eram de 54%, 28% e 16%, respectivamente.

CN/ots

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