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Maduro anuncia que Citibank vai fechar contas da Venezuela

12 de julho de 2016

Presidente venezuelano acusa Estados Unidos de imporem bloqueio financeiro e fala em "inquisição obamista". Caracas ordena ocupação de fábrica de multinacional americana que suspendeu atividades no país.

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Nicolás Maduro
Foto: picture-alliance/dpa/EFE/M. Gutiérrez

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, disse nesta segunda-feira (11/07) que o banco americano Citibank vai fechar as contas que o país usa para fazer pagamentos internacionais e acusou os Estados Unidos de fazerem um bloqueio financeiro à Venezuela.

Maduro disse que recebeu nesta segunda-feira um comunicado do Citibank, informando que, em 30 dias, vai fechar as contas do Banco Central da Venezuela e do Banco da Venezuela. "Isso se chama bloqueio financeiro", afirmou Maduro.

Também nesta segunda-feira, o governo da Venezuela ordenou a ocupação da fábrica da empresa americana Kimberly-Clark, dois dias depois de ela ter anunciado a suspensão por tempo indeterminado das suas atividades no país, argumentando que não pode manter suas linhas de produção por falta de matéria-prima e de divisas.

Venezuelanos cruzam fronteira atrás de mantimentos

"Há 48 horas, uma empresa norte-americana chamada Kimberly-Clark, sem aviso, violando as leis nacionais, a Constituição, despediu quase mil trabalhadores da sua unidade de produção, fechou a porta e foi-se embora do país", disse Maduro, acrescentando que, no entanto, a empresa está agora "em mãos dos trabalhadores, a produzir, a trabalhar".

"Direito à dignidade"

Para Maduro, "tudo isso" faz parte da "obsessão da nova inquisição obamista" com a Venezuela, numa referência ao presidente Barack Obama. "O que é que nós fizemos aos Estados Unidos, além de defendermos o direito à nossa dignidade?", questionou.

A Kimberly Clark, que produz itens de higiene pessoal, incluindo papel higiênico, suspendeu suas atividades num momento em que a Venezuela atravessa uma grande crise de escassez de produtos básicos.

Na semana passada, o Congresso dos EUA aprovou uma extensão por três anos das sanções que aplica a dirigentes venezuelanos desde 2014 por alegadas violações dos direitos humanos e corrupção. Para o governo em Caracas, são sanções "unilaterais, ilegais e que violam o direito internacional".

AS/lusa/rtr