Macron descarta abrir mão de reforma da Previdência
18 de dezembro de 2019O presidente da França, Emmanuel Macron, garante que não vai abandonar os planos de reforma previdenciária, mas se diz disposto a "melhorá-la através de discussões com os sindicatos", especialmente em relação ao planejado aumento da idade de aposentadoria de 62 para 64 anos, informou nesta quarta-feira (18/12) o Palácio do Eliseu.
O anúncio ocorre quando os protestos contra a reforma da Previdência proposta pelo governo completam duas semanas e um dia, após o país ser paralisado por uma segunda greve geral em 13 dias, convocada por todas as centrais sindicais francesas – algo inédito desde 2010.
Nesta quarta-feira, está agendada uma rodada de negociações entre governo e centrais sindicais. O novo alto-comissário para Previdência do governo, Laurent Pietraszewski, e o primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, têm encontros individuais marcados com líderes sindicais e empregadores, na tentativa de encontrar uma saída para a crise que paralisa amplamente o transporte público. Para a quinta-feira está prevista uma reunião conjunta com as partes envolvidas.
O escritório da presidência francesa ressaltou que um objetivo imediato do governo é convencer os sindicatos a suspenderem as greves de transporte durante os feriados de Natal. Os líderes do movimento ameaçam continuar a paralisação até o fim do ano, caso o governo não retire sua proposta de reforma previdenciária.
O governo revelou estar aberto a buscar um acordo em torno da idade de aposentadoria, prevista para ser elevada dos atuais 62 para 64 anos. O Palácio do Eliseu também indicou que Macron pode fazer concessões no calendário para entrada em vigor da reforma.
O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, assegurara ser possível uma flexibilização em outros pontos, como a aposentadoria mínima de mil euros, sua antecipação para profissões em condições mais difíceis, ou a transição para o novo sistema por pontos para funcionários públicos e outros beneficiários de regimes especiais.
Entre eles, estão os trabalhadores de empresas de transporte público, os mais ativos no protesto, que nas últimas duas semanas mantêm o país parcialmente paralisado, principalmente na capital e outras grandes cidades.
MD/afp/efe/rtr
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