Líder do Pegida defende foto caracterizado como Hitler
21 de janeiro de 2015Uma foto do fundador do movimento Pegida (sigla em alemão para "Europeus patriotas contra a islamização do Ocidente") em que ele usa um bigode e um penteado semelhantes aos de Adolf Hitler ganhou destaque na mídia alemã nesta quarta-feira (21/01).
A foto de Lutz Bachmann, publicada no Facebook, foi defendida por ele como "uma piada", de acordo com o jornal Bild.
"Eu tirei a foto no cabeleireiro, por ocasião do lançamento do livro Ele está de volta", disse. No bestseller de Timur Vermes, lançado em 2012, Hitler retorna a Berlim nos dias de hoje. "De tempos em tempos é preciso tirar sarro de si mesmo", afirma.
A foto foi postada pelo próprio Bachmann em outubro passado, quando as manifestações do Pegida tiveram início e bem antes do fundador do movimento se tornar publicamente conhecido, segundo a mídia.
Além da selfie de Bachmann, comentários feitos no nome do líder no Facebook também causaram alvoroço. Em setembro do ano passado, ele teria ofendido refugiados e requerentes de asilo na rede social. Bachmann nega ter postado os comentários.
Segundo Wolfgang Klein, porta-voz do Ministério Público de Dresden, procuradores estão analisando o caso de Bachmann e se ele cometeu uma infração criminal, como incitação ao ódio ou difamação.
Membros do Pegida – que afirmam que o movimento não é racista, mas preocupado com a influência do islã na Alemanha – também reconhecem que Bachmann pode ter ido longe demais com a foto.
Para Rene Jahn, um dos líderes do Pegida, deve haver consequências: "Isso diz respeito a todo um movimento e não apenas a uma pessoa."
A porta-voz do grupo, Kathrin Oertel, disse que iria conversar com Bachmann sobre a foto e as postagens no Facebook e que uma explicação seria dada em breve.
Opositores do Pegida afirmam que a foto de seu líder mostra a verdadeira face do movimento, que consideram racista. "Qualquer um envolvido na política que se vista como Hitler ou é um idiota ou é nazista", disse o vice-chanceler federal Sigmar Gabriel.
Bachmann está sob proteção policial depois de ter recebido ameaças de morte, supostamente de radicais islâmicos. As ameaças foram feitas antes da foto que remete a Hitler vir à tona e fizeram com que as manifestações do Pegida e contra o movimento fossem canceladas em Dresden na segunda-feira.
LPF/afp/dpa