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Lula retoma agenda oficial em Portugal com fórum empresarial

23 de abril de 2023

Após domingo livre, presidente participa, junto com ministros de sua comitiva, de evento com empresários no norte do país. Em seguida, volta a Lisboa, onde entrega o prêmio Camões a Chico Buarque.

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Portugal Lissanbon | Brasiliens Präsident Lula und Premierminister Costa
Lula com primeiro-ministro português, António Costa, durante Cúpula Luso-BrasileiraFoto: Rodrigo Antunes/REUTERS

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou neste domingo (23/04) o tempo livre dentro de sua agenda oficial em Portugal, a qual retomará na segunda-feira com a participação em um fórum de empresários dos dois países.

Após uma programação intensa no sábado em Lisboa, que incluiu encontros com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, e com o primeiro-ministro, o socialista António Costa, além de uma cúpula bilateral, Lula deixou bem claro que tinha planos diferentes para este domingo: "Quero comer bacalhau", brincou.

Após esse dia livre, o presidente participa nesta segunda-feira, juntamente com Costa, de um fórum empresarial em Matosinhos, na área metropolitana da cidade do Porto, no norte de Portugal, do qual farão parte também vários ministros que o acompanham na viagem à Europa.

O fórum, segundo o governo brasileiro, terá a participação da Embraer, que já investiu cerca de 500 milhões de dólares em Portugal e se comprometerá a entregar cinco aviões KC-390 à Força Aérea portuguesa a partir deste ano em um contrato no valor de 872 milhões de euros (R$ 4,88 bilhões).

Prêmio Camões

Em seguida, Lula retorna a Lisboa, onde entrega o prêmio Camões ao escritor, cantor e compositor Chico Buarque, que ganhou a honraria em 2019, mas não pôde recebê-la devido à recusa do ex-presidente Jair Bolsonaro, que praticamente congelou as relações com Portugal durante seu mandato.

Lula encerra sua visita a Portugal na terça-feira com uma cerimônia no Parlamento português à margem das comemorações do 49º aniversário da Revolução dos Cravos.

A presença de Lula no Parlamento em uma data tão importante para Portugal provocou duras críticas da extrema direita, que ameaça realizar protestos do lado de fora da sede do Legislativo.

Equivalência de diplomas

Alheios à polêmica, Lula e Costa assinaram ontem 13 acordos e parcerias no âmbito da 13ª Cúpula Luso-Brasileira, a primeira desde 2016.

Uma das parcerias visa a equivalência de diplomas de ensino fundamental e médio. Segundo o ministro da Educação, Camilo Santana, que também está em Lisboa, o acordo pretende desburocratizar a tramitação do processo de reconhecimento dos estudos de brasileiros que moram em Portugal e de portugueses que moram no Brasil.

Atualmente, segundo o ministro, cerca de 5 mil processos estão em tramitação na embaixada brasileira para reconhecimento de estudos. Entre as medidas para acelerar os pedidos estão o reconhecimento automático e a tramitação eletrônica (online) dos processos.

Divergências com UE

Apesar do clima amistoso, as divergências com a União Europeia (UE) em relação à guerra na Ucrânia têm pairado sobre a visita de Lula, que aproveitou o sábado para insistir em condenar a invasão russa e apostar nas negociações de paz.

"O Brasil quer encontrar uma maneira de restabelecer a paz entre a Rússia e a Ucrânia", declarou. "É melhor arranjar uma saída na mesa do que tentar encontrar uma saída no campo de batalha".

A visita também permitiu aos dois países reiterar seu compromisso com o acordo UE-Mercosul e selou a retomada das relações bilaterais.

"Viramos a página, é um dia de reencontro”, afirmou o primeiro-ministro português, António Costa.

"Portugal é uma extensão da nossa casa", respondeu Lula, que disse ter saído "feliz" e destacou que "as divergências entre nós serão resolvidas em um ambiente de negociação".

Depois de deixar Lisboa, o presidente segue para Madri na terça-feira, última etapa de sua primeira visita à Europa desde que tomou posse para seu terceiro mandato.

Lula escolheu Portugal e Espanha para sua primeira viagem à Europa por suas relações históricas com o Brasil e por serem "a porta de entrada" da UE em um momento crucial para o acordo com o Mercosul.

md (Lusa, EBC)