Lufthansa está liberada de pagar prêmio por seguro aéreo
10 de dezembro de 2001A companhia aérea alemã Lufthansa não precisará pagar qualquer prêmio pelo seguro aéreo especial oferecido pelo governo alemão contra possíveis atentados terroristas. A palavra é do primeiro-ministro Gerhard Schröder, que participou da assembléia dos acionários da empresa em Frankfurt. Esse seguro aéreo, que prevê prejuízos contra atos de guerra ou terrorismo, foi definido entre as empresas seguradoras e os governos nacionais depois dos acontecimentos de 11 de setembro nos EUA. Schröder afirmou também não saber se outras companhias aéreas européias precisam pagar o mesmo prêmio. "Até onde sei, outras empresas européias não precisam pagar e, desse modo, o Ministério das Finanças alemão não receberá nada por esse seguro", ratificou o primeiro-ministro.
O governo alemão também quer lutar contra as subvenções para as companhias aéreas dentro da União Européia. Schröder alertou para uma concorrência desleal no setor. "O apelo ao ministro das Finanças não é o caminho correto para as empresas", alertou o político, que defendeu um acordo definitivo até o fim de janeiro entre as seguradoras e as companhias sobre os preços dos prêmios para os riscos provocados pelo terrorismo. O conselho de acionistas da Lufthansa tinha criticado o governo pela falta de ajuda oferecida à empresa aérea depois dos prejuízos ocasionados pelos atos terroristas. Só com a interrupção de vôos no território americano depois de 11 de setembro a companhia perdeu 182 milhões de euros. Ainda assim, o presidente da Lufthansa, Jürgen Weber, defende uma posição conjunta entre as empresas aéreas européias. "Precisamos de uma mesma regra para toda a União Européia", observou o executivo.
Ameaça dos funcionários
Como se não bastassem os problemas com os prejuízos financeiros, a Lufthansa também sofre a ameaça de uma nova greve de seus comissários de bordo e pilotos. A Organização Independente dos Comissários Aéreos (UFO) não concordou com o acordo salarial feito entre a empresa e uma outra organização sindical, o ver.di, que também engloba comissários de bordo. Segundo informou o jornal Berliner Zeitung, o grupo independente, que tem cerca de 6 mil integrantes, promete uma greve caso não seja chamado para fazer parte da mesa de negociações. "Não reconhecemos esse acordo para os nossos trabalhadores", disse o diretor do UFO, Uwe Hien. Por outro lado, a companhia aérea não reconhece os independentes e revelou que o acordo é válido, pois o UFO "não é um parceiro", apenas os integrantes do ver.di. Apesar disso, o grupo independente tem quatro vezes mais comissários de bordo do que o ver.di.