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SociedadeLetônia

Letônia derruba monumento da era soviética

25 de agosto de 2022

Memorial é o último de uma série de monumentos da era soviética que vêm sendo removidos no Leste Europeu desde a invasão da Ucrânia. Demolição foi provocou protestos da minoria russa da Letônia.

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Máquinas se preparam para derrubar escultura que fazia parte do memorial em Riga
Máquinas se preparam para derrubar escultura que fazia parte do memorial em RigaFoto: Stringer/TASS/dpa/picture alliance

A Letônia derrubou nesta quinta-feira (25/08) um monumento da era soviética na capital do país, Riga, provocando protestos da minoria russa da nação báltica.

Vários guindastes foram usados para derrubar e remover o monumento, um memorial da Segunda Guerra Mundial de 79 metros de altura adornado por esculturas, que era um ponto de encontro para os apoiadores do Kremlin na Letônia. Um canal letão transmitiu o evento ao vivo, e várias pessoas, algumas com bandeiras letãs em volta dos ombros, aplaudiram a demolição.

No Twitter, o ministro das Relações Exteriores da Letônia disse que, ao derrubar o monumento, o país estava "fechando outra página dolorosa da história e buscando um futuro melhor".

Estátua do memorial em Riga já no chão
Estátua do memorial em Riga já no chãoFoto: Stringer/TASS/dpa/picture alliance

A invasão da Ucrânia pela Rússia no final de fevereiro levou as autoridades de vários países do Leste Europeu a apressar a remoção de símbolos do comunismo ou monumentos do antigo império soviético.

A Letônia, assim como seus vizinhos Estônia e Lituânia, é membro da Otan e da União Europeia. Desde que a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia começou, o país - uma ex-república soviética que conquistou a independência em 1991 - expressou forte apoio a Kiev.

Erigido em 1985, quando a Letônia ainda fazia parte da União Soviética, o chamado "Monumento aos Libertadores da Letônia Soviética e Riga dos Invasores Fascistas Alemães" era composto por estátuas de soldados e uma mulher ao redor de um obelisco de 80 metros.

Derrubada do obelisco de 80 metros do memorial soviético
Derrubada do obelisco de 80 metros do memorial soviéticoFoto: Kaspars Krafts/AFP

As autoridades decidiram derrubar o monumento após o Parlamento aprovar a remoção de todas as estátuas, placas e baixos-relevos da era soviética até meados de novembro.

Parte da comunidade de etnia russa da Letônia, que representa 30% da população, protestou contra a demolição.

Todos os anos, milhares de membros dessa minoria se reuniam em 9 de maio em volta do memorial para lembrar a vitória soviética sobre a Alemanha nazista em 1945.

Mas muitos letões identificavam o monumento com a época em que o país foi anexado à força pela União Soviética nos anos 1940 e mantido subjugado por décadas.

Não houve reação imediata de Moscou em relação à remoção do monumento.

Um dia antes, trabalhadores da cidade de Brzeg, no sudoeste da Polônia, começaram a demolir um memorial de guerra soviético, o 24º a ser derrubado na Polônia desde março.

Na semana passada, foi a vez de autoridades da Estônia removerem um monumento soviético da Segunda Guerra Mundial de uma cidade perto da fronteira com a Rússia, habitada majoritariamente por russos étnicos. Após a invasão da Ucrânia pela Rússia, os monumentos soviéticos na Estônia deixaram de ser apenas uma questão local, disse a primeira-ministra Kaja Kallas na semana passada. "Ninguém quer ver nosso vizinho militante e hostil fomentar tensões em nossa casa", disse Kallas.

Em 2007, quando a Estônia removeu um monumento semelhante da Segunda Guerra Mundial do centro de Tallín, a cidade foi palco de tumultos violentos, e o país sofreu um grande ataque cibernético que mais tarde foi atribuído a hackers russos.

jps (Reuters, AFP, ots)