Leste alemão está perdendo corrida econômica
4 de março de 2002O abismo econômico entre o leste e o oeste da Alemanha volta a alargar-se. Após a corrida de equiparação que sucedeu à queda do Muro de Berlim, o quadro estagnou-se: atualmente os estados economicamente mais fortes na antiga parte socialista continuam atrás dos últimos da Alemanha ocidental. Esta constatação está presente na análise "Alemanha Oriental 2010 – Perspectivas da atividade de investimento", realizada pelo professor de Economia Jan Priewe por encomenda da Confederação dos Sindicatos Alemães (DGB).
Segundo Heinz Putzhammer, da presidência da DGB, que apresentou o estudo nesta segunda-feira (04), em Berlim, "fosso do bem-estar" separando as duas metades do país voltou a abrir-se, sobretudo devido à alta taxa de desemprego (18%) no leste.
A atual análise mostra que a causa principal para o desenvolvimento econômico deficiente naquela parte da Alemanha seria a retração dos investidores, uma tendência especialmente visível no setor de construção. Na opinião de Putzhammer, para combatê-la, seria necessário o "segundo grande esforço", anunciado pelo presidente do Parlamento federal, Wolfgang Thierse e compartilhado por diversos políticos do leste alemão.
Hora de agir com rapidez
A presidência da DGB é a favor de uma antecipação dos investimentos públicos previstos no Pacto de Solidariedade II, que foi aprovado em dezembro de 2001. Assim, as verbas prometidas para o período 2011–2019 deveriam ser empregadas ainda nesta década. A grande indústria merece especial atenção, da mesma forma que as regiões economicamente fortes, como Leipzig e Dresden. Uma boa infra-estrutura é precondição para investimentos privados e desenvolvimento econômico no leste e está na hora de criá-la: "Neste ponto o governo federal deve entrar em ação", insistiu Putzhammer.
O Pacto de Solidariedade I conclui-se em 2004. Seu sucessor visa a regularização das finanças dos estados do leste e abarca 156,5 bilhões de euros, a serem liberados entre 2005 e 2019. Deste total, o governo federal prometeu 51,1 bilhões de euros para fomento aos transportes e economia.
O autor do relatório também classifica este planejamento como excessivamente prolongado e pouco útil na situação corrente. Por sua vez, uma liberação antecipada das verbas atrairá investimentos privados, compensando a longo prazo. Priewe propõe ainda duas outras medidas: a expansão e reforma dos sistemas regionais de incentivo à economia, assim como a estabilização dos custos salariais no leste.