Legado da imigração alemã no Brasil
A grande onda de imigração alemã data de 1824. O fotógrafo Valdemir Cunha registrou descendentes dos imigrantes, reunindo no livro "Minha pequena Alemanha" fotos que revelam uma cultura transmitida ao longo de gerações.
De cabreúvas a casas em enxaimel
Nelson Bauer é do tempo em que as moradias eram feitas tombando toras no mato. A casa onde mora desde que nasceu foi construída assim pelo avô, há 103 anos, com barro e canela-preta. Em estilo enxaimel, fica próxima à Vila Itoupava, no distrito de Blumenau. Nelson ainda guarda a serra importada da Suíça com que ele e o pai há 60 anos saiam, para transformar árvores em ripas de madeira.
Artesanal, da construção à produção de açúcar
A casa enxaimel onde mora Nelson Bauer, erguida há 103 anos pelo avô. Fica próxima da Vila Itoupava, no distrito de Blumenau, fincada em um vale e junto a um córrego sinuoso. O rancho ao lado foi construído há 60 anos, por Nelson e seu pai, e durante anos abrigou um engenho de cana-de-açúcar movido a tração de bois. Hoje serve como garagem.
Português como língua estrangeira
Anna Ottilia Hoffmann, de 90 anos, e os irmãos gêmeos ocotgenários, Edgard e Oscar. Bisnetos de alemães, Anna Ottilia e Edgard não falam português. Só o hunsrückisch, dialeto da Renânia, que ali sobreviveu quatro gerações. Ela nasceu em Feliz Lembrança, no município Picada Café, a 80 quilômetros de Porto Alegre. Devido ao trabalho na lavoura, ela quase não saiu de lá.
Endereço concorrido
A Casa Comercial Altreider foi aberta em 1914 por Carl Altreider, filho de um imigrante de Baden. Por 60 anos foi o endereço mais concorrido de Nove Colônias, na zona rural de Nova Petrópolis (RS). Funcionou como comércio, salão de baile e pousada. Quando surgiram os supermercados, o lugar perdeu importância. Hoje os bisnetos de Carl, Marlise e Lauri, recebem os visitantes com trajes bávaros.
Rica coleção
Em sua coleção, Felipe Kuhn Braun reuniu até o momento cerca de 26 mil imagens de imigrantes. Ele começou aos 14 anos, com fotos da família. A sede de conhecer a fundo os antepassados o levou a pesquisas em cartórios, igrejas, cemitérios, assim como armários e porões de casas. Conseguiu objetos raros e ainda compilou um banco de dados com 350 mil nomes de imigrantes alemães e seus descendentes.