Le Pen anuncia novo nome para a Frente Nacional
11 de março de 2018
A presidente da Frente Nacional, Marine Le Pen, propôs neste domingo (11/03) mudar o nome do partido para Rassemblement National (Agrupamento ou Comício Nacional), com o objetivo de completar o seu processo de renovação.
Pouco antes, Le Pen fora reeleita, como esperado, presidente do partido de extrema direita com 100% dos votos válidos, após uma votação por correspondência, cujos resultados foram divulgados no congresso em Lille, no norte da França. Ela era a única candidata.
"A renovação para a qual me elegeram, eu peço agora que a completem, ela é a condição do nosso êxito", declarou a líder no seu discurso de encerramento do 16.º congresso do partido.
O novo nome faz parte da "refundação" do partido, com o objetivo de torná-lo mais apto a alianças com outras agremiações. Le Pen afirmou que a prioridade é chegar ao poder, o que só é possível por meio de alianças. "Originalmente éramos um partido de protesto. Agora não deve haver dúvida de que podemos ser um partido governante", disse.
Mas, além do nome, a única outra grande mudança perceptível foi a expulsão definitiva da presidência de honra do cofundador e patriarca da família Le Pen, Jean-Marie Le Pen. Dos cerca de 30 mil filiados que responderam a um questionário de oito páginas, 67% se declararam a favor de sair da zona do euro, e 90% querem um referendo sobre a permanência na União Europeia. A saída do espaço Schengen é apoiada por 82%, e 98% querem uma limitação "drástica" da imigração.
O novo nome foi recebido com pouca euforia pelos cerca de 1.500 militantes que lotaram o Palácio de Congressos de Lille. Ele será agora submetido ao voto, também por correspondência, dos filiados. O resultado da votação deverá ser conhecido em seis semanas. Os filiados haviam aprovado anteriormente, com 52%, a proposta de mudar o nome da formação fundada em 1972. O percentual foi divulgado pelo partido, sem confirmação independente.
A atual denominação, Frente Nacional, "é, para muitos franceses, mesmo que de boa-fé, uma barreira psicológica", disse Le Pen, acrescentando que o nome proposto pretende "exprimir uma vontade de reunião". Ela considera a palavra "frente" muito agressiva. Le Pen disse ainda que o partido manterá o seu símbolo, uma chama, inspirado no logotipo do partido neofascista italiano Movimento Social Italiano (MSI), extinto em 1995.
AS/lusa/efe/afp/rtr
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