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Líder do Pegida compara ministro da Justiça a Goebbels

3 de novembro de 2015

Em manifestação do movimento anti-islâmico em Dresden, Lutz Bachmann coloca Heiko Maas no mesmo patamar do ministro da Propaganda do regime nazista, Joseph Goebbels, por "incendiar os ânimos" da população.

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Lutz Bachmann (centro), líder do PegidaFoto: picture-alliance/dpa

O fundador e líder do movimento anti-imigração Pegida (sigla em alemão para "Patriotas europeus contra a islamização do Ocidente"), Lutz Bachmann, comparou o ministro da Justiça alemão, Heiko Maas, ao antigo ministro da Propaganda do regime nazista, Joseph Goebbels.

Na tradicional manifestação de segunda-feira do movimento em Dresden, no leste do país, Bachmann disse diante de 8 mil seguidores que Maas é o "pior incendiário de ânimos" desde os tempos de Goebbels.

O Partido Social-Democrata (SPD), membro da coalizão de governo, exige investigações contra Bachmann. "Inimigos da Constituição como Bachmann são um caso claro para o Ministério Público e para o Verfassungsschutz (serviço de proteção à Constituição)", disse Thorsten Schäfer-Gümbel, vice-líder do SPD. Ele afirmou que não se pode dar nem um milímetro de espaço a "criminosos de extrema direita" na liderança do Pegida.

"Esse 'Pegidiota' Bachmann compara Heiko Maas a Goebbeles – esse incendiário nojento pertence ao tribunal", escreveu Ralf Stegner, presidente do SPD, no Twitter.

O ministro alemão da Justiça comunicou, entretanto, que não pretende processar Bachmann.

No início de outubro, a promotoria de Dresden indiciou Bachman, já condenado por crimes de drogas e propriedade, por incitação ao ódio. Postagens no Facebook de 2014 serviram como base para a acusação, nas quais o líder do Pegida chamou estrangeiros de "monte de lixo", entre outras definições pejorativas.

Em janeiro, Bachmann esteve envolvido num escândalo que custou a ele, por um tempo, a liderança do movimento. Ele postou em seu perfil no Facebook uma foto em que usa um bigode e um penteado semelhantes aos de Adolf Hitler. Na época, ele se defendeu dizendo que o selfie era apenas "uma piada" .

Na manifestação do Pegida desta segunda-feira, outros difamaram em seus discursos os refugiados como não integráveis e inadequados para o mercado de trabalho alemão. Também a chanceler federal, Angela Merkel, voltou a ser criticada por sua política migratória. "Fora Merkel" e "traidora", gritou a multidão.

Queda na adesão

Em comparação com a participação de duas semanas atrás, quando protesto reuniu cerca de 15 mil pessoas, a adesão ao movimento caiu drasticamente neste dia 2 de novembro. De acordo com a polícia, cerca de 7,5 mil pessoas se reuniram na capital da Saxônia.

Paralelamente à manifestação do Pegida, várias centenas de pessoas também protestaram em Dresden contra o ódio e a incitação e a favor da abertura para o mundo. Um dos grupos da contramanifestação se autodenomina Gepida, que em alemão se traduz para algo como "moradores incomodados protestam contra a intolerância de pessoas que nem são de Dresden". Mais de 400 policiais foram colocados em ação, mantendo ambos os grupos distantes.

LPF/dpa/epd