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Líder chinês chega com pacote bilionário de investimentos

18 de maio de 2015

Destaque da viagem do primeiro-ministro Li Keqiang é o acordo para construção da Ferrovia Transoceânica, que ligará Santos ao litoral do Peru. Investimentos totais em várias áreas somam 53 bilhões de dólares.

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Li Keqiang
Foto: Imago

Em visita oficial de três dias ao Brasil, que começa nesta terça-feira (19/05), o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, firmará uma série de acordos econômicos que deverão ampliar a presença chinesa no país.

Para esta terça-feira, em Brasília, está agendada a assinatura de mais de 30 acordos bilaterais, estimados em 53 bilhões de dólares, ao lado da presidente Dilma Rousseff. Eles abrangem diversas áreas, incluindo agricultura, energia, transporte e siderurgia. Li viaja acompanhado de cinco ministros e 120 empresários.

Uma das parcerias deverá concretizar a venda de 60 aviões da Embraer a duas empresas aéreas chinesas, um negócio estimado em 3 bilhões de dólares e acertado no ano passado, durante visita do presidente chinês, Xi Jinping.

Dilma e Li deverão anunciar ainda convênios de cooperação no setor ferroviário, o que poderá abrir as portas para bilionários investimentos chineses. Entre os projetos está a construção da Ferrovia Transoceânica, cerca de 5,3 mil quilômetros de trilhos que ligarão o Porto do Açu, no litoral fluminense, até a costa do Peru, no Pacífico.

"Essa cooperação trilateral [Brasil, China, Peru] para a construção de uma ferrovia transoceânica é um exemplo emblemático e permitirá que se crie um corredor de exportação para os grãos do Centro-Oeste e também para a proteína animal", disse o subsecretário-geral político do Ministério das Relações Exteriores, embaixador José Alfredo Graça Lima.

A proposta de conectar os oceanos Atlântico e Pacífico por meio de uma linha férrea gera polêmica devido ao elevado custo da construção, que passará pela Cordilheira dos Andes, e pelos prejuízos ambientais. Os defensores, no entanto, alegam que o novo trajeto encurtará distâncias, reduzindo o tempo e os gastos com o transporte dos produtos. Segundo Graça Lima, o "complexo" esquema deverá levar de três a quatro anos para ficar pronto.

Entre os anúncios esperados durante a visita está ainda a abertura do mercado da China à carne bovina brasileira, restrito desde o final de 2012, quando foi registrado no Brasil um caso atípico do chamado "mal da vaca louca".

Antes de seguir para o Rio de Janeiro, onde cumprirá agenda até quinta-feira, o primeiro-ministro chinês fará uma visita aos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros.

A China é o principal parceiro comercial do Brasil desde 2009. No ano passado, o comércio bilateral alcançou 77,9 bilhões de dólares, com superávit de 3,3 bilhões de dólares para o Brasil, segundo números do governo brasileiro.

A visita ao Brasil faz parte de um giro pela América do Sul, que inclui ainda Colômbia, Peru e Chile. O objetivo é firmar o caráter estratégico da América Latina para o país asiático, que pretende elevar seus investimentos na região para 250 bilhões de dólares nos próximos dez anos.

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Correção: 20/05/2015

Diferentemente do informado na versão inicial desta reportagem, a Ferrovia Transoceânica ligará o Porto do Açu (Rio de Janeiro), e não o Porto de Santos, à costa do Peru. A previsão é de que a ferrovia terá 5.300 km de extensão, e não 3.500 km. O texto foi corrigido.

MSB/efe/abr/afp