Khodorkovsky vai para a Suíça e promete lutar por presos políticos russos
6 de janeiro de 2014O ex-magnata do petróleo Mikhail Khodorkovsky deixou Berlim e viajou para a Suíça na noite deste domingo (05/01). "Khodorkovsky está na Suíça, onde seus filhos frequentam a escola", disse uma porta-voz do oposicionista russo, sem dar informações sobre o local exato. A Suíça concedeu a ele no final de dezembro um visto para o espaço Schengen, válido por três meses.
"Ele viajou de trem, juntamente com sua mulher", disse a porta-voz. Numa entrevista à televisão suíça, Khodorkovsky reiterou que lutará pela libertação de presos políticos russos e negou que esse engajamento seja uma atividade política. "Não dá para viver tranquilamente quando você sabe que há presos políticos apodrecendo nas prisões", afirmou.
Em sua primeira entrevista coletiva após ser libertado, ele havia dito à imprensa em Berlim que não iria se envolver com a política, mas anunciou pretender lutar a favor dos presos políticos.
Filhos estudam na Suíça
Pelas imagens da emissora suíça SRF, foi possível ver que Khodorkovsky viajava também em companhia de três de seus quatro filhos: os gêmeos Gleb e Ilya e a filha Anastacia.
A esposa de Khodorkovsky, Inna, e os filhos gêmeos Gleb e Ilya moram, de acordo com relatos da mídia, em Montreux. Anastasia vive em Moscou. "Os meus dois filhos mais novos frequentam uma escola suíça e logo as aulas começarão", ressaltou o ex-empresário, de 50 anos, como motivo para a viagem.
Khodorkovsky foi libertado no mês passado por um indulto do presidente russo, Vladimir Putin, após dez anos de prisão, tendo viajado imediatamente para Berlim. Poucos dias depois pediu um visto para o espaço Schengen na embaixada da Suíça. O titular do visto pode permanecer nos 26 países signatários do Acordo de Schengen durante até 90 dias por semestre.
Parte da fortuna estaria no país
Segundo a mídia suíça, Khodorkovsky, que se tornou o homem mais rico da Rússia como empresário do petróleo, tem parte de sua fortuna em contas bancárias suíças. De acordo com o jornal Sonntagszeitung, ele teria no país pelo menos 200 milhões de francos suíços (cerca de 163 milhões de euros).
Segundo a agência de notícias suíça SDA, 6,2 bilhões de francos (5,1 bilhões de euros) de sua antiga petrolífera, a Yukos, estariam congelados, a pedido da Rússia, em cinco bancos suíços. O dinheiro foi liberado pela Justiça suíça, após recurso de Khodorkovsky, argumentando ser vítima de um processo político.
O ex-dono da petrolífera Yukos foi preso em 2003 e condenado dois anos depois por fraude e evasão fiscal. Os processos judiciais contra ele foram criticados pelo Ocidente como politicamente motivados.
MD/afp/dpa