Kerry inicia giro pela Ásia para debater crise da Coreia do Norte
12 de abril de 2013O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, chegou nesta sexta-feira (12/04) à Coreia do Sul, em meio a um clima tenso com as recentes ameaças norte-coreanas e preocupações com a possível capacidade do país comunista de lançar mísseis equipados com ogivas nucleares.
Em sua primeira visita à Ásia como chefe da diplomacia norte-americana, Kerry se encontra com a presidente sul-coreana, Park Geun-hye, e com o ministro do Exterior Yun Byung-se. As reuniões devem se concentrar nas ameaças do governo em Pyongyang contra a Coreia do Sul e os Estados Unidos, conforme relatos de diplomatas.
Park Geun-hye afirmou que está aberta ao diálogo com Pyongyang para acalmar as tensões, acirradas desde o terceiro teste nuclear da Coreia do Norte, realizado em fevereiro. Park assegurou na quinta-feira a parlamentares de seu partido que pretende iniciar um diálogo com a Coreia do Norte, de acordo com informações do governo local.
Armas pouco confiáveis
A viagem de Kerry coincide com a divulgação de um novo relatório da inteligência norte-americana, que conclui que a Coreia do Norte tem avançado em seu know-how nuclear a ponto de poder equipar um míssil balístico com uma ogiva nuclear.
A análise, revelada na quinta-feira durante uma audiência do Congresso em Washington, afirma que o Pentágono está "moderadamente seguro" de que a Coreia do Norte tem armas nucleares capazes de serem transportadas por mísseis balísticos, mas que essas armas seriam pouco confiáveis.
Entretanto, o porta-voz do Pentágono, George Little, disse, logo depois, que "seria impreciso sugerir que o regime norte-coreano testou, desenvolveu e demonstrou completamente esses tipos de aptidão nuclear citados" na audiência do Congresso.
As autoridades em Seul também minimizaram os temores de um ataque norte-coreano. "A Coreia do Norte realizou três testes nucleares, mas ainda é questionável que ela tenha construído uma ogiva pequena e leve o suficiente para ser instalada num míssil", afirmou um porta-voz do Ministério da Defesa sul-coreano.
Obama pede fim de ameaças
O presidente Barack Obama pediu calma na quinta-feira, apelando para que Pyongyang pare com suas ameaças, enquanto alertou que, embora tenha esperança de resolver o conflito através da diplomacia, irá "tomar todas as medidas necessárias" para proteger os cidadãos americanos e seus aliados na região. "Ninguém quer ver um conflito na península coreana", assegurou, diante de jornalistas, após reunião com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. "Mas é importante que a Coreia do Norte, como qualquer outro país no mundo, respeite as regras e normas básicas que são estabelecidas, incluindo uma grande variedade de resoluções da ONU ", acrescentou.
Segundo o Departamento de Estado, a visita de Kerry a Ásia, que inclui paradas no Japão e na China, visa reafirmar o compromisso dos EUA com uma cooperação mais ampla nas áreas econômica e de segurança com a região, num esforço para "dinamizar" o poder dos EUA fora da Europa e do Oriente Médio e em direção à região mais populosa do planeta e que apresenta acelerado crescimento econômico.
MD/dpa/ap