Cessar-fogo na Líbia
11 de abril de 2011O líder líbio Muammar Kadafi aceitou a proposta para o cessar-fogo imediato, afirmaram nesta segunda-feira (11/04) os representantes da União Africana (UA) enviados à capital líbia, Trípoli. Eles se encontraram com Kadafi neste domingo e, segundo a delegação, o ditador teria concordado com o acordo sugerido pela UA, que prevê uma trégua nos ataques.
Os mediadores africanos pretendem se encontrar ainda nesta segunda-feira com os oposicionistas do governo líbio, na cidade de Benghazi. Os rebeldes, no entanto, exigem que Kadafi e seus filhos deixem o poder, após 42 anos de regime.
O acordo anunciado nesta segunda-feira tem quatro pontos básicos: o cessar-fogo imediato; a cooperação das autoridades líbias para a entrada de ajuda humanitária ao país; a proteção dos estrangeiros; e o início das discussões envolvendo várias autoridades líbias, inclusive da oposição, com o objetivo de iniciar um processo de transição, adotar e implementar reformas políticas para superar a atual crise. Não foram, porém, citadas datas para as ações.
O presidente sul-africano, Jacob Zuma, afirmou que em curto prazo será apresentada uma proposta para se chegar a uma solução política plausível para a Líbia, onde os conflitos já duram quase dois meses. Zuma exigiu ainda que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) suspenda imediatamente os ataques aéreos.
A delegação africana reuniu-se com o ditador em sua residência de Bab Al-Aziziyah. Após o encontro não foi mencionado, no entanto, se Kadafi vai recolher suas tropas, como quer a oposição. O comissário da UA para a Paz e Segurança, Ramtane Lamamra, confirmou aos jornalistas que a saída de Kadafi do poder chegou a ser discutida, mas afirmou que o tema é "confidencial".
"Cumprimos a nossa missão e a delegação do líder irmão aceitou o plano de ação proposto", afirmou Jacob Zuma.
Apoio africano
Kadafi vem sendo apoiado por vários países da União Africana. Ele mesmo foi, há dois anos, presidente da organização, e para a qual inclusive já repassou recursos. Os rebeldes, por sua vez, anunciaram que não aceitarão um cessar-fogo enquanto o ditador ou seus filhos continuarem no poder.
Além do presidente sul-africano, também compõem a delegação africana os presidentes de Mali, da Mauritânia, da República Democrática do Congo e um representante do governo de Uganda.
Enquanto isso, os combates prosseguiram no final de semana. Segundo a agência de notícias Reuters, os rebeldes pareciam estar perdendo o controle sobre a cidade de Ajdabiyah, mas o reforço dos ataques aéreos pela Otan reforçou neste domingo, ajudou a deter uma grande investida das forças de Kadafi.
MS/dpa/dap
Revisão: Roselaine Wandscheer