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Justiça venezuelana proíbe Guaidó de deixar o país

30 de janeiro de 2019

Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela, que é alinhado com o regime chavista, também congelou bens do líder oposicionista que se autoproclamou presidente do país.

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Venezuela Caracas Juan Guaido
Juan Guaidó se declarou presidente na semana passada e passou a contar com apoio dos EUA e do Brasil Foto: Getty Images/AFP/Y. Cortez

O Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela proibiu nesta terça-feira (29/01) que o oposicionista Juan Guaidó deixe o país. A medida do tribunal também determinou o bloqueio de bens do chefe da Assembleia Nacional, que na semana passada se declarou presidente do país e que vem sendo apoiado pelos Estados Unidos, Brasil e Canadá, entre outros países.

O pedido havia sido feito nesta terça-feira pelo procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, que é alinhado com o regime chavista. O procurador-geral anunciou ainda a abertura de uma investigação preliminar e solicitou a aplicação de medidas cautelares contra Guaidó.

Juan Guaidó reagiu, no Twitter, dirigindo-se aos responsáveis do Supremo Tribunal de Justiça e dizendo-lhes que o "regime está na sua etapa final".

O opositor de Maduro e autoproclamado presidente interino da Venezuela pediu aos juízes do Supremo para pensarem na "carreira, no futuro dos filhos e dos netos", quando tomassem uma decisão sobre o pedido de Saab.

"Este processo é imparável", escreveu Guaidó, referindo-se ao processo de queda de regime que está tentando realizar, como presidente da Assembleia Nacional.

Em resposta ao pedido da procuradoria venezuelana contra Guaidó, o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton, advertiu sobre "sérias consequências para aqueles que tentarem subverter a democracia e ferir Guaidó", em tuíte no qual descreveu Saab como o "ilegítimo ex-procurador geral da Venezuela".

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou presidente da República interino e declarou que estava assumindo os poderes executivos de Nicolás Maduro. O anúncio também foi precedido por uma série de protestos violentos, que foram duramente reprimidos pelas forças do regime. 

Guaidó, de 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres. Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, rechaçou o anúncio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos. 

A União Europeia também apresentou um ultimato a Maduro para que ele convoque eleições nos próximos dias. A repressão dos protestos antigovernamentais da última semana provocou 40 mortos, segundo dados das Nações Unidas.

JPS/efe/lusa/ots

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