Justiça britânica nega liberdade a Assange por risco de fuga
6 de janeiro de 2021Uma juíza britânica negou nesta quarta-feira (06/01) a liberdade condicional ao fundador do WikiLeaks, Julian Assange, que está há mais de oito anos no Reino Unido e luta contra a extradição para os Estados Unidos.
A juíza Vanessa Baraitser, do Tribunal Criminal de Old Bailey, em Londres, ordenou que Assange deve permanecer na prisão, onde está desde 2019, enquanto os tribunais avaliam um recurso contra a decisão das autoridades britânicas de não permitirem a extradição.
Baraitser argumentou que Assange pode fugir e que existe, portanto, a possibilidade de ele não voltar ao tribunal se for libertado. O australiano encontra-se detido na prisão de alta segurança londrina de Belmarsh.
Na segunda-feira, a mesma juíza rejeitara um pedido de extradição de Assange para os Estados Unidos, onde enfrenta acusações de espionagem devido à publicação de documentos militares secretos há uma década.
Baraitser negou a extradição por motivos de saúde, dizendo que o australiano, de 49 anos, poderia cometer suicídio caso fosse mantido nas duras condições de uma prisão nos Estados Unidos.
Acusado de espionagem
O Departamento de Justiça dos EUA quer levar o australiano a julgamento por ele ter divulgado, desde 2010, mais de 700 mil documentos confidenciais sobre atividades militares e diplomáticas dos EUA, principalmente no Iraque e no Afeganistão.
Assange é acusado pelos Estados Unidos de cerca de duas dezenas de crimes, incluindo espionagem e divulgação de documentos diplomáticos e militares confidenciais, arriscando até 175 anos de prisão caso seja considerado culpado.
O fundador do WikiLeaks esteve refugiado durante sete anos na Embaixada do Equador em Londres, de 2012 até abril de 2019, quando as autoridades equatorianas decidiram retirar o direito de asilo que lhe fora concedido, e as autoridades britânicas o detiveram.
AS/lusa/rtr