Jornalistas indígenas do alto rio Negro
Rede reúne jovens indígenas para combater fake news na Amazônia. São jovens entre 17 e 37 anos escolhidos pelas suas comunidades para representá-las.
Levando informação pela Amazônia
O rio Negro tem 1.700 km de extensão e é um das principais vias de deslocamento para muitos indígenas que vivem na região. Na fase mais aguda da pandemia de covid-19, um grupo de comunicadores indígenas da Rede Wayuri viajou semanas enfrentando as corredeiras e cachoeiras do rio Negro e outros rios da região para levar informação e combater, de aldeia em aldeia, notícias falsas sobre a vacinação.
Rede Wayuri
A Rede Wayuri nasceu em 2018 em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas. É um projeto da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn), assessorado pelo Instituto Socioambiental (ISA). É composto por 17 comunicadores indígenas de oito etnias, das 23 etnias locais. Baré, Baniwa, Desana, Tariana, Tukano, Tuyuka, Wanano e Yanomami são algumas delas.
Jornalistas indígenas
Os jornalistas indígenas da região do rio Negro têm desafiado obstáculos pelo amor à comunicação. São jovens entre 17 e 37 anos escolhidos pelas suas comunidades para representá-las. Em janeiro de 2022, durante a 4ª Oficina de Formação e Comunicação da Rede Wayuri, cerca de 50 jovens indígenas debateram o problemas das fake news.
Uso do Whatsapp
O desafio das fake news se intensificou na pandemia de covid-19. Mesmo com a internet instável, as mensagens por celulares ainda chegam via WhatsApp. Os comunicadores querem reverter o cenário, usando o mesmo recurso para checagem de informações – em plena floresta.
Tecnologia inevitável
Em aldeias e comunidades indígenas de todo o Brasil, o uso de celulares é cada vez mais comum, principalmente entre os jovens. Para muitas lideranças e comunicadores indígenas, a tecnologia é hoje inevitável e pode ser usada para fazer alguma coisa boa, como diz o comunicador Plínio Baniwa. Lideranças indígenas lutam pela inclusão digital.
Cuidado com a língua
Daniela Barbosa, da etnia Yepá Mashã, é membro de Rede Wayuri. Em 2019 fez parte do primeiro grupo aprovado no vestibular indígena da Unicamp. Ela hoje estuda Literatura e gosta de comunicação. Gosta de trabalhar nas redes sociais da Rede Wayuri. "É preciso todo cuidado com a língua portuguesa. Usamos o idioma de maneira leve, para comunicar bem aos parentes da região", diz.