Jornalista chinesa é condenada a sete anos de prisão
17 de abril de 2015Um tribunal chinês sentenciou a jornalista veterana Gao Yu a sete anos de prisão nesta sexta-feira (17/04). O 3º Tribunal Popular Intermediário de Pequim anunciou nas mídias sociais que ela "forneceu segredos de Estado ilegalmente a estrangeiros".
"Estamos decepcionados", disse o advogado de defesa Shang Baojun, assegurando que vai apelar contra a decisão.
Gao foi condenada por vazar segredos de Estado a um grupo de mídia estrangeiro. Segundo relatos, trata-se de um memorando conhecido como "Documento Nº 9". Publicado em agosto de 2013, o documento trazia uma lista do que o regime considerava ameaças ao Partido Comunista e advertia, entre outras coisas, contra a liberdade de imprensa nos padrões ocidentais e contra os direitos humanos.
A jornalista refuta veementemente as acusações. Colaboradora regular da DW, Gao foi detida pela polícia de Pequim em abril de 2014. Em maio do ano passado, ela teria confessado suas "ofensas" na TV estatal chinesa. Mais tarde, seu advogado disse que ela fora coagida.
Durante o pronunciamento da sentença, a polícia patrulhou o perímetro da corte em Pequim. Quinze diplomatas foram impedidos de entrar no tribunal para intermediar o julgamento.
A Anistia Internacional considerou a sentença "deplorável" e uma "perseguição política flagrante das autoridades chinesas". Pelo Twitter, a organização disse que o resultado do julgamento é "uma afronta à justiça e um ataque à liberdade
Defesa da liberdade de imprensa
Por seu engajamento ao longo de décadas, Gao Yu foi condecorada pelo Instituto Internacional de Imprensa como um dos 50 "Heróis da Liberdade de Imprensa" em 2000. Já na época da repressão violenta da Revolução Cultural Chinesa de 1989, a jornalista passou vários meses na prisão, acusada de ser "mentora intelectual" dos estudantes.
Três anos mais tarde, ela foi condenada a seis anos de prisão por revelar documentos secretos do Partido Comunista. Já há muito tempo ela é proibida de publicar na China. Gao colabora com meios de comunicação internacionais, entre eles a redação chinesa da DW.
FF/dpa/afp