Jerusalém suspende votação sobre construção de assentamentos
28 de dezembro de 2016A Câmara Municipal de Jerusalém suspendeu nesta quarta-feira (28/12) a votação para aprovar a construção de cerca de 500 novas casas em assentamentos israelenses em territórios palestinos na cidade.
Esta seria a primeira autorização do gênero desde a aprovação de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que proibiu a construção de assentamentos israelenses em territórios palestinos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, ocupados por Israel a partir de 1967.
A suspensão da votação teria sido solicitada pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. "O presidente da Comissão de Planejamento e vice-prefeito, Meir Turgeman, disse ter sido o premiê que ordenou o adiamento da aprovação de 492 imóveis, para evitar um conflito com o governo americano", afirmou Hanan Rubin, integrante da comissão.
A informação não foi confirmada por porta-vozes de Netanyahu. O projeto de construção das casas nos assentamentos de Ramat Shlomo e Ramot, que deveria ser aprovado nesta quarta-feira, foi elaborado antes da resolução da ONU e deve voltar à pauta da Câmara no futuro.
Israel anexou em 1980 a zona leste de Jerusalém, onde vivem 300 mil palestinos, e a prefeitura administra a cidade como uma única entidade. A comunidade internacional, no entanto, não reconhece essa anexação. Por esse motivo, os países mantêm suas embaixadas em Tel Aviv.
Kerry vai se explicar
A solicitação do primeiro-ministro ocorreu no mesmo dia em que se espera um pronunciamento do secretário de Estado americano, John Kerry, com o fim de estabelecer os parâmetros para a paz entre palestinos e israelenses.
Kerry deve explicar também a abstenção dos EUA na votação do Conselho de Segurança que aprovou a resolução pedindo o fim imediato e completo da política de assentamentos israelense. A abstenção americana foi essencial para a aprovação da medida.
A política de assentamentos israelense é um dos obstáculos para um acordo de paz com palestinos. Cerca de 570 mil israelenses vivem em territórios palestinos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
CN/efe/lusa/rtr/afp