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PolíticaNova Zelândia

Jacinda Ardern minimiza perseguição de carro por antivacinas

26 de janeiro de 2022

Manifestantes contrários às medidas anticovid perseguem e bloqueiam a van que conduzia a primeira-ministra da Nova Zelândia. Após casos de infecções por ômicron, o país adotou novas restrições mais rígidas nesta semana.

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Primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern
"Em nenhum momento eu estava preocupada com minha segurança. Apenas mais um dia", disse Jacinda ArdernFoto: Mark Mitchell/AP Photo/picture alliance

A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, foi vítima de uma perseguição de carro por manifestantes contrários à vacinação anticovid. A van em que estava a primeira-ministra foi perseguida e forçada a parar – Ardern, no entanto, minimizou o incidente e garantiu que em nenhum momento estava preocupada com sua segurança.

Imagens do incidente, que ocorreu na semana passada, foram postadas nas redes sociais nos últimos dias. As imagens mostram manifestantes proferindo frases como "shame on you" ("tenha vergonha") e "we do not consente" ("não consentimos").

Uma pessoa filmando dentro de um carro é ouvida dizendo "lá está Jacinda" e "oh, isso é divertido, estamos em uma perseguição". O carro persegue a van da primeira-ministra e, a certa altura, alguém de dentro do carro chama Ardern de "nazista" e grita outras obscenidades. O veículo tenta bloquear a van, que é forçada a passar no meio-fio da rua para evitar uma colisão e seguir viagem.

Aumento de ameaças a políticos

Ardern foi questionada sobre o incidente nesta terça-feira (26/01) e classificou o ocorrido como "apenas mais um dia". "Em nenhum momento eu estava preocupada com minha segurança ou com a segurança de qualquer pessoa que estivesse comigo", garantiu.

"Todos os dias nos deparamos com novas e diferentes experiências neste trabalho. Estamos no momento num ambiente que tem uma intensidade que é incomum para a Nova Zelândia. E eu acredito sim que com o tempo isso vai passar", afirmou Ardern.

A Nova Zelândia tem registrado um pequeno, mas notável aumento de ameaças contra políticos e figuras públicas envolvidos em medidas restritivas atreladas à pandemia. De acordo com dados da polícia local nesta semana, as ameaças contra deputados atingiram num particular mês em 2021 o nível mais alto dos últimos três anos.

Ameaças contra políticos sérias suficientes para desencadear uma denúncia à polícia ainda são relativamente raras na Nova Zelândia, com cerca de cinco por mês no final de 2021, mas que, às vezes, atingem picos de 16 por mês.

Restrições postergam casamento de Ardern

O incidente da perseguição da van de Ardern ocorreu antes do anuncio oficial de novas restrições anticovid no país, comunicado no domingo, após a descoberta de nove casos da variante ômicron em uma única família que voou para Auckland para participar de um casamento.

A chamada "norma vermelha" de resposta à pandemia da Nova Zelândia inclui medidas reforçadas, como o uso obrigatório de máscaras e limites de pessoas em encontros e reuniões. As restrições entraram em vigor na segunda-feira.

Mas Ardern enfatizou que a "norma vermelha" não significa um lockdown. As empresas e lojas podem permanecer abertas e as pessoas ainda podem visitar familiares e amigos e se movimentar livremente pelo país.

"Nosso plano para gerência de casos de ômicron no estágio inicial permanece o mesmo do delta, onde testaremos rapidamente, rastrearemos e isolaremos casos e contatos para retardar a propagação", disse a primeira-ministra.

Ardern foi pessoalmente afetada pelas novas medidas anticovid. Ela teve que postergar seu próprio casamento – a primeira-ministra de 41 anos planejava se casar com seu parceiro de longa data Clarke Gayford no próximo fim de semana.

Cerca de 93 dos neozelandeses acima de 12 anos de idade estão completamente imunizados e 52% receberam uma dose de reforço. O país está iniciando a vacinação de crianças de 5 a 11 anos.

pv (AP, ots)