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Israel suspende cooperação com a Unesco

14 de outubro de 2016

Decisão vem após admissão, por parte de um comitê da organização, de resoluções que criticam a gestão de locais sagrados em Jerusalém. Em carta, ministro israelense acusa Unesco de apoiar terrorismo islâmico.

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Israel Al Aqsa Moschee und Felsendom in Jerusalem
Mesquita de Al-Aqsa, na cidade antiga de JerusalémFoto: picture alliance/CPA Media

O governo de Israel anunciou nesta sexta-feira (14/10) a suspensão da cooperação com a Unesco, um dia depois de um comitê da organização admitir duas resoluções, apresentadas por sete países árabes. Os textos, segundo os israelenses, ignoram o laço histórico milenar entre judeus e alguns dos lugares históricos de Jerusalém.

Em carta dirigida à diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, o ministro da Educação israelense, Naftali Bennett, declara que, após "a vergonhosa decisão" de membros do órgão da ONU, decidiu ordenar à comissão israelense na Unesco a suspensão de "todas as atividades profissionais" com a organização.

Bennett afirma ainda que, com a aprovação da resolução, os membros do órgão estão oferecendo "apoio imediato ao terrorismo islâmico".

"O mundo deveria contestar a Unesco e todos aqueles que gratificam o terror. Assim como se dizem contra o terrorismo islâmico em Palmira e Aleppo, deveriam se opor também ao terrorismo diplomático em Jerusalém", destacou o ministro no texto.

As resoluções admitidas na quinta-feira se referem à "Palestina ocupada" e à necessidade de "salvaguardar a herança cultural palestina e o caráter distintivo de Jerusalém Oriental". O texto foi aprovado com 24 votos favoráveis, seis contra e 26 abstenções, além de duas ausências.

Elas , referida em todo o documento como complexo de Al-Aqsa e nunca como Monte do Templo – como é conhecido na tradição judaico-cristã –, uma vez que na base se encontra o Muro das Lamentações, o lugar mais sagrado do judaísmo.

A decisão de países-membros da Unesco gerou críticas, inclusive, por parte de Bokova. Em comunicado, a diretora-geral da organização afirmou que "o patrimônio de Jerusalém é indivisível e que cada uma de suas comunidades têm direito ao reconhecimento explícito de sua história".

"Negar ou querer apagar as tradições judaica, cristã e muçulmana põe em risco a integridade do lugar", disse a chefe da Unesco, comprometendo-se a trabalhar para restabelecer o consenso no órgão. "Quando as divisões imperam, não é possível exercer sua missão de diálogo e busca pela paz", completou.

Após a admissão por um comitê de membros da Unesco, as resoluções serão apresentadas para votação, na próxima terça-feira, aos 58 Estados-membros do Conselho Executivo da organização. Na quinta-feira, o presidente do conselho, Michael Worbs, afirmou esperar que o documento não seja votado formalmente na semana que vem, mas adiado para dar "oportunidade ao diálogo".

EK/lusa/efe/afp/ap