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Israel recua de disputa sobre nomeação de embaixador

28 de março de 2016

Em breve comunicado, governo israelense anuncia que Dani Dayan vai ocupar cargo nos EUA. Tel Aviv retrocede assim de uma contenda com Brasil sobre nomeação do ex-líder de assentamento para embaixador em Brasília.

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Diplomata israelense Dani Dayan
Dani Dayan vai ser cônsul-geral de Israel em Nova York, diz comunicadoFoto: Imago/David Vaaknin

Em um comunicado, o governo israelense afirmou nesta segunda-feira (28/03) que Dani Dayan, nome escolhido inicialmente para se tornar embaixador no Brasil, irá ocupar a posição de cônsul-geral em Nova York. Tel Aviv recua, assim, de uma disputa com Brasília em torno das ligações de Dayan com os assentamentos israelenses na Cisjordânia ocupada.

A decisão segue uma disputa de quase oito meses com o governo brasileiro em torno da nomeação de Dayan. O governo brasileiro, que apoia a campanha por um Estado Palestino, havia relutado em aceitar a indicação do ex-líder de assentamento.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, inicialmente prometeu se manter firme sobre a nomeação de Dayan, mesmo se isso significasse uma piora das relações com o Brasil, já que uma rejeição prejudicaria os assentamentos, considerados ilegais pela maioria das potências mundiais.

"Não acho que cedemos. Não havia escolha", disse Dayan à rádio do Exército israelense, questionado sobre a nova indicação. "Aqueles que não queriam que fôssemos a Brasília acabaram nos conduzindo a Nova York, a capital do mundo."

Dayan previamente argumentava que se o Brasil fosse bem-sucedido em excluí-lo, poderia abrir o precedente de impedir que líderes de assentamentos representassem Israel no exterior.

Em 17 de março, o Ministério das Relações Exteriores de Israel disse que buscava nova escolha para o posto de embaixador em Brasília, substituindo Dayan. Mas o Ministério rapidamente removeu o comunicado, dizendo que o havia emitido por engano.

"Não" diplomático

O governo da presidente Dilma reconheceu a autonomia palestina em 2010 e manteve um silêncio gélido sobre a nomeação de Dayan em agosto passado, o que no protocolo diplomático significa objeção a uma proposta.

A aprovação de um novo embaixador é normalmente dada dentro de duas a três semanas, e qualquer demora implica que a nomeação não foi aprovada. Posteriormente, Dilma enviou mensagem a Israel, informando Tel Aviv sobre a rejeição do nome do antigo dirigente colono.

Dayan serviu como presidente do Conselho Yesha, entre 2007 e 2013, uma organização criada para promover assentamentos judaicos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Ele liderou a oposição ao plano de "desligamento", que previu a retirada dos assentamentos israelenses na Faixa de Gaza.

CA/dw/rtr