Israel mata comandante da Jihad Islâmica em ataque aéreo
12 de novembro de 2019Um importante comandante militar do grupo extremista palestino Jihad Islâmica foi morto na madrugada desta terça-feira (12/11) num ataque aéreo israelita na faixa de Gaza, anunciaram as autoridades israelenses.
"Um edifício na faixa de Gaza onde residia o comandante da Jihad Islâmica Baha Abu al-Ata, foi atacado", informaram as Forças Armadas de Israel através de comunicado, acrescentando que a operação foi realizada em conjunto com o serviço de segurança interna israelense Shin Bet.
Abu al-Ata era líder das Brigadas Al-Quds, braço militar da Jihad Islâmica financiado em grande parte pelo Irã. Segundo as autoridades israelenses, ele preparava, nos últimos dias, atentados terroristas "iminentes" contra civis e militares israelenses.
No ataque contra a moradia, também foi morta a mulher do militante, e ao menos duas pessoas ficaram feridas. O grupo extremista advertiu que Israel cruzou "uma linha vermelha", mobilizou os militantes e declarou o estado de emergência.
O governo israelense informou que a operação foi autorizada pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o ministro da Defesa, Naftali Bennet, que está no cargo desde domingo.
O porta-voz militar israelense Jonathan Conricus garantiu que Israel não retornará à política de assassinatos direcionados e que a medida foi uma ação única, para impedir "uma ameaça direta". Assassinatos direcionados são controversos, críticos acusam a prática de violar o direito internacional.
Na mesma manhã, um ataque aéreo semelhante em Damasco teria alvejado outro comandante da Jihad Islâmica, conhecido como Akram al Ajouri. O grupo extremista acusou Israel, que não confirmou o ataque. A agência de notícias estatal síria Sana afirmou que duas pessoas foram mortas no ataque aéreo israelense. A agência também noticiou outros dois ataques por foguetes israelenses em Damasco, que teriam matado seis pessoas.
Militantes palestinos reagiram ao assassinato de Baha Abu al-Ata com maciços ataques de foguetes contra numerosas aldeias do sul ao centro de Israel. Militares israelenses registraram o disparo de cerca de 50 mísseis contra Israel.
Alarmes antiaéreos tocaram em Tel Aviv pela manhã. Segundo os paramédicos, uma menina israelense de oito anos foi internada em estado crítico após um ataque de foguete.
A mídia israelense informou que o sistema de defesa Iron Dome (cúpula de ferro) conseguiu neutralizar cerca de 20 foguetes. Os militares de Israel haviam anteriormente transferido um contingente adicional de tropas para as áreas de fronteira.
As Forças Armadas de Israel pediram à população que fique em casa ou em ambientes fechados pelo menos até quarta-feira. Escolas permaneceram fechadas no sul e centro do país. Os militares preveem que os ataques e disparos de Gaza em direção a Israel continuarão "por algum tempo".
O serviço de trem próximo à Faixa de Gaza foi parcialmente interrompido. As autoridades israelenses fecharam estradas ao trânsito em diferentes partes do país, principalmente nas proximidades de Gaza, e bloquearam o acesso ao enclave.
Enquanto isso, foi registrado outro ataque aéreo israelense na Faixa de Gaza, que matou pelo menos um palestino militante. Segundo fontes militares, dois ativistas da Jihad Islâmica foram alvejados quando se deslocavam de motocicleta no norte da Faixa de Gaza. Eles estariam preparando um ataque com foguete contra Israel quando foram atingidos por um caça israelense. O Ministério da Saúde palestino em Gaza disse que um homem foi morto e vários outros ficaram feridos.
MD/lusa/dpa/afp/rtr
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