Israel lança novos ataques aéreos no Líbano
20 de setembro de 2024Caças israelenses realizaram nesta quinta-feira (19/09) mais de 50 bombardeios em várias áreas do sul e sudeste do Líbano, informou a emissora de televisão Al Manar, que pertence ao grupo xiita libanês Hezbollah.
"O número de bombardeios aéreos realizados pelo inimigo sionista subiu para 52 contra as regiões de al-Hargiya e al-Mahmudeya, os arredores de al-Aishiya, as colinas de Rihan e os arredores de Nahr Barhaz", disse o canal, que atua como porta-voz do grupo armado que vive um conflito com Israel.
A Agência Nacional de Notícias do Líbano (ANN) confirmou "uma série" de ataques aéreos nessas áreas na região de Jezzine.
Essa é a segunda onda de bombardeios israelenses contra o sul do Líbano nesta quinta-feira – mais cedo, à tarde, as Forças de Defesa de Israel anunciaram uma campanha contra cerca de 30 plataformas de lançamento de mísseis e outras infraestruturas pertencentes ao Hezbollah.
De acordo com um comunicado militar israelense, a primeira onda teve como objetivo "danificar e destruir" as capacidades e a infraestrutura do grupo xiita libanês como parte de suas operações para restaurar a segurança na faixa de fronteira entre os dois países.
Os bombardeios ocorreram horas após o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, prometer uma resposta contundente contra Israel, que acusa de provocar uma série de explosões massivas de aparelhos de comunicação do grupo no Líbano.
O Ministério da Saúde do Líbano informou que ao menos 12 pessoas morreram e 66 ficaram feridas, nove delas em estado crítico.
"Massacre"
Descrevendo os ataques como um "massacre" e um possível "ato de guerra", Nasrallah disse que Israel enfrentaria "punição justa, onde espera e onde não espera". Ele advertiu que os confrontos entraram em sua "parte mais precisa, sensível, profunda e importante" depois de quase um ano de violência na fronteira.
Nesta semana, duas ondas de explosões simultâneas em milhares de dispositivos de comunicação – como pagers e walkie-talkies de membros do Hezbollah – mataram 37 pessoas e feriram quase 3 mil em território libanês.
O clima de tensão na região é grande desde o início da guerra na Faixa de Gaza entre Israel e o grupo islâmico palestino Hamas, aliado do Hezbollah, em outubro do ano passado, quando também passaram a ser frequentes trocas de hostilidades na fronteira israelense-libanesa.
Líder do Hezbollah morto em Beirute
Ibrahim Aqil, uma das principais lideranças do Hezbollah, foi morto em um dos ataques israelenses no sul de Beirute. A informação foi inicialmente divulgada por fontes de segurança do grupo islamista e, mais tarde, confirmada pelo Exército de Israel.
Aqil, que estava no comando das forças especiais Radwan, um contingente de elite do Hezbollah, foi morto juntamente com ao menos dez comandantes do grupo durante uma reunião. Ele também era integrante do principal conselho militar do Hezbollah.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos relacionava Aqil como um terrorista internacional por seu papel nos atentados a bomba à embaixada americana em Beirute, em 1983, e a um quartel dos Marines americanos, que matou 241 militares, no mesmo ano.
Israelenses matam 14 palestinos em Gaza
Nesta sexta-feira (20/09), forças israelenses mataram pelo menos 14 palestinos em ataques aéreos e com tanques nas áreas norte e central da Faixa de Gaza, disseram médicos, enquanto os tanques avançaram mais para o noroeste de Rafah, perto da fronteira com o Egito.
A luta incessante entre os israelenses e os militantes do Hamas na região continuaram, mesmo com uma intensificação do conflito paralelo na área da fronteira entre Líbano e Israel envolvendo o Hezbollah, aliado do Hamas.
Enquanto isso, alguns palestinos deslocados pelo ataque israelense a Gaza disseram temer que seu acampamento temporário na praia fosse inundado por altas ondas.
Autoridades de saúde palestinas disseram que os bombardeios dos tanques israelenses mataram oito pessoas e feriram várias outras no campo de refugiados de Nuseirat, na área central de Gaza, e outras seis pessoas foram mortas em um ataque aéreo a uma casa na Cidade de Gaza.
md/cn (EFE, AFP, Reuters)