Israel expande operações terrestres em Gaza
24 de dezembro de 2023As forças de Israel intensificaram neste domingo (24/12) sua ofensiva militar contra a Faixa de Gaza, anunciando uma expansão de suas operações terrestres no território, a fim de eliminar o grupo fundamentalista islâmico Hamas.
O foco dos ataques israelenses, que já mataram mais de 20 mil pessoas em Gaza segundo o Hamas, se desloca agora para o sul do enclave, onde a maioria dos palestinos deslocados está encurralada.
O porta-voz do Exército de Israel, Daniel Hagari, disse que suas tropas já tomaram o controle operacional quase completo do norte e agora se concentram no sul.
Segundo ele, suas forças estão envolvidas em "batalhas complexas em áreas densamente povoadas", o que lhes permitiria penetrar ainda mais nos redutos do Hamas.
Em meio aos combates intensos, o Exército disse ter atingido 200 alvos em Gaza nas últimas 24 horas. Além disso, seus soldados destruíram ou confiscaram cerca de 30 mil dispositivos explosivos, incluindo mísseis antitanque e foguetes de propriedade do grupo palestino.
Ao invadirem um complexo no norte de Gaza, as tropas ainda teriam encontrado "cintos explosivos adaptados para crianças, dezenas de morteiros, centenas de granadas e documentos de inteligência".
O Hamas, que controla o território palestino desde 2007, rejeitou as acusações, tachando-as de mentiras que visam "justificar o massacre de civis inocentes e a agressão destrutiva que afetou toda a infraestrutura na já bloqueada Faixa de Gaza".
"Será uma guerra muito longa"
Enquanto isso, em um telefonema com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, enfatizou a "necessidade crítica" de proteger os civis.
Netanyahu, por sua vez, prometeu que Israel "continuaria a guerra até que todos os seus objetivos fossem alcançados".
Segundo as forças do Estado judaico, 153 soldados israelenses morreram em Gaza desde o início da invasão terrestre, em 27 de outubro. Dez militares morreram somente neste sábado, um dos dias mais mortíferos para o lado israelenses.
"Esta é uma manhã difícil, depois de um dia muito difícil de combates em Gaza", disse Netanyahu. "A guerra está cobrando um preço muito alto... mas não temos escolha a não ser continuar lutando." Segundo o premiê, esta "será uma guerra muito longa".
Conflito sangrento
O conflito mais sangrento da história de Gaza eclodiu quando o Hamas atacou o sul de Israel em 7 de outubro e matou cerca de 1.140 pessoas, a maioria civis.
Membros do grupo terrorista também capturaram cerca de 250 reféns, 129 dos quais ainda permanecem em Gaza, segundo estimativas.
A campanha militar de retaliação israelense, que incluiu bombardeios aéreos intensos, já deixou 20.424 mortos, a maioria mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde do enclave.
Vastas áreas de Gaza estão em ruínas, e seus 2,4 milhões de habitantes enfrentam uma crise humanitária sem precedentes, em meio a escassez de água, alimentos, combustível e medicamentos devido ao cerco israelense, aliviado apenas pela chegada limitada de caminhões de ajuda.
ek (AFP, DPA, DW)