Irã diz que deu "resposta comedida" a ataque dos EUA
10 de janeiro de 2020O embaixador do Irã na ONU, Majid Takht-Ravanchi, disse nesta quinta-feira (09/01), durante reunião do Conselho de Segurança, que a resposta de seu país ao "ataque terrorista" dos Estados Unidos foi "proporcional e comedida".
Na madrugada da última quarta-feira, o Irã lançou uma dúzia de mísseis contra duas bases usadas pelos americanos no Iraque em resposta à operação dos EUA que matou o general iraniano Qassim Soleimani. O ataque iraniano não provocou baixas entre as tropas americanas.
"No dia 3 de janeiro se atacou por via armada com covardia o mártir general Soleimani. A isso se seguiu uma resposta proporcional e comedida a este ataque terrorista no exercício do nosso direito à defesa própria de acordo com a Carta das Nações Unidas", afirmou o diplomata.
O representante do Irã ainda descreveu o general Soleimani como um "mártir" e um "herói" que virou "o pesadelo do grupo Estado Islâmico".
Em uma breve intervenção durante reunião para discutir a crise entre os dois países, Ravanchi também reprovou os Estados Unidos por se negar a emitir visto para que o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, comparecesse ao encontro.
O diplomata iraniano iniciou o discurso dando condolências às 176 vítimas do avião da companhia aérea ucraniana que caiu pouco depois de decolar do aeroporto internacional de Teerã, capital do Irã.
Sobre o caso, respondendo às declarações dos Estados Unidos e do Canadá de que o avião foi derrubado por erro por um míssil iraniano, Ravanchi afirmou que as causas da queda estão sendo investigadas e em breve um relatório com resultados deve ser divulgado.
Antes do discurso, o representante da Ucrânia na ONU, Sergiy Kyslytsya, afirmou que solicitou ao Irã "acesso total" às investigações sobre o acidente e pediu que os envolvidos evitem especulações.
Em comunicado lido em nome de Zarif, o diplomata iraniano disse, em referência aos Estados Unidos, que o mundo está em uma encruzilhada contra o '"fim dos monopólios de poder e um regime descontrolado que está tentando de forma nervosa voltar no tempo". "O unilateralismo americano gerou danos que, sobretudo, representam um desafio às normas e ao direito internacional", afirmou Ravanchi.
JPS/efe
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