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Iraque declara vitória sobre "Estado Islâmico" em Mossul

9 de julho de 2017

Primeiro-ministro anuncia derrota do grupo extremista na cidade iraquiana, controlada pelos jihadistas há três anos. Nove meses de batalha deixam destruição, milhares de civis mortos e quase um milhão de deslocados.

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Forças iraquianas celebram retomada de Mossul
Forças iraquianas celebram retomada de MossulFoto: Reuters/E. De Castro

O primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, declarou neste domingo (09/07) a vitória das Forças Armadas do país sobre o grupo extremista "Estado Islâmico" (EI) em Mossul, colocando fim a três anos de controle dos jihadistas sobre a cidade.

A batalha para recuperar Mossul, iniciada há quase nove meses, deixou grande parte da cidade em ruínas e milhares de civis mortos. Quase 1 milhão de residentes fugiram da cidade desde a chegada das forças iraquianas, em outubro passado.

"O comandante das Forças Armadas [primeiro-ministro], Haider al-Abadi, chegou à cidade liberada de Mossul e parabenizou os combatentes heroicos e o povo iraquiano pela grande vitória", disse o gabinete do premiê em comunicado.

O "Estado Islâmico" havia prometido "lutar até a morte" em Mossul, mas um porta-voz do Exército iraquiano disse à TV estatal do país neste domingo que 30 militantes foram mortos ao tentarem escapar da cidade nadando pelo rio Tigre.

Bebês resgatados de destroços em Mossul

O governo iraquiano não divulgou quantas baixas seu Exército teve na batalha, mas o Departamento de Defesa dos EUA afirma que o serviço iraquiano de combate ao terrorismo perdeu 40% de suas forças. Washington lidera uma coalizão internacional que apoia a campanha contra o EI em Mossul, conduzindo bombardeios contra os militantes e auxiliando soldados em solo.

Sem Mossul – que era de longe a maior cidade controlada pelos jihadistas – o domínio do "Estado Islâmico" no Iraque será reduzido a áreas predominantemente rurais ou desertas a oeste e sul da cidade.

Faz quase três anos que o líder do grupo, Abu Bakr al-Baghdadi, declarou um califado na Síria e no Iraque. Como vêm perdendo território, é possível que os militantes revejam suas táticas de insurgência. O grupo também é alvo de uma ofensiva apoiada pela coalizão internacional na Síria, sobretudo na cidade de Raqqa, capital não oficial do EI.

A ONU estima que serão necessários mais de 1 bilhão de dólares para reparar a infraestrutura básica de Mossul, no norte do Iraque. Em algumas das áreas mais afetas, quase nenhum prédio parece ter ficado livre de danos.

LPF/rtr/afp